Cânions de Cambará do Sul - RS e Itá - SC

Férias, sejam bem-vindas!

      

Nesse tempo consagrado ao descanso, fui acampar com bons e divertidos amigos. 

O destino Itá - SC. Após 2h de viagem, descarregamos o carro (eu, Alencar e TaniaMaria) e montamos as barracas.

 

SheilaMaria (brasileira) e seus amigos Fran e Lucio da Coruña - Espanha, chegaram mais tarde. Foram perdoados pela demora, porque passaram a noite fazendo tortilla (para provarmos), uma comida típica da Espanha. Mas não foi só isso... fomos compreensivos com eles porque consultaram a rota do Google, de Laranjeiras do Sul - PR a Itá-SC, segundo o site, levariam apenas 3h para chegar... levaram mais tempo, claro. Mas a demora maior foi porque SheilaMaria indicava as vias de acesso com o braço, sinalizando para a direita, porém falando: "é pra esquerda, é pra esquerda", confundiu bastante nossos amigos espanhóis heheh. Enfim, provamos a tortilla, uma delícia.

Saindo do acampamento, fomos visitar a cidade projetada de Itá. Essa foi reconstruída, cerca de 4km de distância da antiga, em virtude das instalações da usina hidrelétrica.  

Réplica da antiga igreja submersa pelo lago da barragem.

Vista do Lago de Itá - Rio Uruguai

Uma das praças de Itá

 

Com aproximidade do carnaval, aproveitamos para comprar algumas fantasias e fazer o nosso pré-carnaval no acampamento.

 

     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Depois da caipirinha, a tão esperada janta (PL)

 

 Ainda fantasiados, fomos convidados pelo espanhol Fran, a participar do ritual da Queimada. Muito comum na Espanha. Existe um esconjuro para pronunciar enquanto se elabora a Queimada. Segundo a lenda, protege contra feitiços e espíritos do mal.  

 

Conxuro da Queimada Galega

 "Mouchos, coruxas, sapos e bruxas.
Demos, trasgos e diaños, espíritos das nevoadas veigas.
Corvos, pintigas e meigas, feitizos das menciñeiras.
Pobres cañotas furadas, fogar dos vermes e alimañas...

 

... Forzas do ar, terra, mar e lume, a vos fago esta chamada: si e verdade que tendes mais poder que a humana xente, aquí e agora, facede cos espíritos dos amigos que estan fora, participen con nos desta queimada."

 

No dia seguinte passeio de lancha. Visitação às torres submersas da antiga igreja.

Aguardando nossa embarcação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As provocações de SheilaMaria quando dizia: vamos brincar de quê agora?, surtiu um efeito que estávamos adiando, adiando: andar de tirolesa. Tentei me esquivar, mas também não podia deixar de experimentar essa sensação. Como voltar pra casa sem andar de tirolesa, sem sentir esse gostinho de desafio? Ou seja, não é apenas uma tirolesa, é considerada a MAIOR TIROLESA DO SUL DO BRASIL. Então, encorajados por TaniaMaria, fomos encarar mais essa aventura.  Com uma extensão de 1.628m, ela atinge velocidade de 45km/h. Fomos brincar de voar, como Tarzan heheh. Muita adrenalina. 

Momento para extravasar o nervosismo, o frio na barriga, a ansiedade...

Agora um pouco mais calmos ou sorrisos nervosos??? heheh

Mais sorrisos nervosos antes da descida.

Com frio na barriga, mais o conflito confiar ou não no equipamento e o medo da altura, alí vou eu...  a 80,5m de altura, passando sobre a cidade, a rodovia, balneário de Itá e o lago da barragem.

Aaaaaaaaaaaaaaaaa

Chegando ao destino final, uff!

Difícil definir o que agente sente... foi uma mistura de medo, diversão, adrenalina e por incrível que pareça, já na metade do percurso, senti paz, segurança, liberdade, alegria. Enfim, é uma gostosa brincadeira que recomendo a todos. Vale a pena!

 

Nossas expressões pós-tirolesa. Desafio cumprido!

 Valeu rever as "Marias"! Também foi bom fazer novas amizades (Fran e Lucio) e conhecer um pouco da cultura, costumes e culinária desses divertidíssimos espanhóis. Até o próximo encontro, com mais e mais diversão.

 

 “Despesas com viagens são os únicos gastos que verdadeiramente nos enriquecem.” 

 

Uma viagem desejada, uma viagem adiada, até que...

 

 Cambará do Suuul, aqui estou!!!! 

Essa é a cidade ideal para visitar os cânions do Parque Nacional de Aparados da Serra e Parque Nacional da Serra Geral. 

Chegamos ao meio dia na cidade e fomos almoçar no Galpão Costaneira, que serve  a legítima comida campeira, acompanhada de música ao vivo (música gaúcha). Para degustar, antes do almoço, o restaurante serve chimarrão e diversos tipos de cachaça acondicionadas em garrafas com frutas, ervas e especiarias.

 

 

 

Possui instalações rústicas, como convém em ambientes aconchegantes e tradicionais.

 

A primeira visitação, após o almoço, foi ao Cânion Itaimbezinho. 

Do centro da cidade de Cambára do Sul até a entrada do Parque, são aproximadamente 18km de estrada de chão. Um trecho trafegável até mesmo com um carro de passeio.  

 

A programação começou com a trilha do Cotovelo (3km) até ao Cânion Itaimbezinho, localizado no Parque Nacional Aparados da Serra.

 

 

 

 

 

 

 

 

  

Na borda do Itaimbezinho

 

Sua borda plana desnivela-se abruptamente para esculpir uma sucessão de abismos, penhascos, grotas e fendas.

 

 Foi uma caminhada leve, até "entrar" nesse cartão postal.

 

O Itaimbezinho é a grande estrela da região. Suas paredes medem 5,8km de extensão, 720m de profundidade e 600m de largura. O nome é de origem tupi-guarani e significa "ita-pedra" e "aimbé-cortada, afiada".

São diversos mirantes na borda do cânion.

O tempo facilitou muito a contemplação, pegamos um tempo aberto, com sol e calor. 

Na maioria das fotos é possível ver o caminho do Rio do Boi no meio dos paredões do Itaimbezinho.

 

 

 

 

 

 

O Rio Perdizes desce as paredes rochosas para formar a cascata, esta cai de uma altura de 720m.

 

 

O Parque fecha às 18h e todos os visitantes precisam sair antes desse horário. 

Na volta da trilha, depois de andar mais 3km, tivemos tempo para mergulhar os pés nesse rio de serra, rio calmo de água gelada, mas revitalizante.

   

 

Esse Parque tem boa estrutura. Há um grande estacionamento, um centro de recepção ao turista, banheiros, passarelas, mirantes, placas de orientação e cercas de contenção. Não há necessidade de guias. 

 

Só as fotos não  descrevem a grandiosidade da paisagem, a vista é inesquecível, a beleza exuberante é quase indescritível.  

Quando estamos lá, percebemos que tem destinos turísticos no Brasil que não podemos deixar de conhecer e o Itaimbezinho é um desses lugares, assim como o majestoso Cânion Fortaleza...

 

 Cambará do Sul possui restaurantes com características diferenciadas e diversas pousadas urbanas e rurais  muito bem estruturadas.

 

  A noite, no restaurante Galpão Costaneira, fomos provar mais um prato campeiro.

Detalhe dos grelhados com os carvões em brasa aquecendo a comida.

Os clientes deixam nas mesas seus bilhetes de visita.  São turistas de toda região do Brasil e também do exterior. Eu e Alencar também deixamos nosso recado.

 

 Chamou atenção esse na nossa mesa, de um turista da Holanda.

Todas as mesas do restaurante são forradas por bilhetes de turistas que passam por aí.

 

No dia seguinte, bora para o Cânion Fortaleza. São 23km de estrada. Alguns km asfaltados e o restante de terra.

 

"CÂNION A VISTA"  

No caminho, a vista da ponta do Morro Fortaleza, dentro do parque.

 

  O  parque não cobra ingresso e um único guarda na entrada anota as placas dos veículos que entram para saber se todos sairam as dezessete horas, quando o parque fecha.

 

A trilha começa no final da estrada que corta o parque.

Uma cena inusitada... logo de início tivemos a companhia de graxains...

 

 

  Os graxains não representam ameaça, porém não se deve chegar muito perto. Começamos então a  fazer o Caminho do Mirante...

 

 

No percurso da trilha, um riacho de serra, tranquilo, de águas frias. Alguns metros adiante essas águas desaguam no cânion, em forma de cachoeira, a Cachoeira Fortaleza.

 

 

     

Até que... 

 

   

É surpreendente! É de tirar o fôlego!

Com 900m de profundidade e 1.500m de largura, é o segundo maior do Brasil. Está localizado no Parque Nacional de Aparados da Serra/RS.

 

 

Nessa caminhada observa-se 95% do cânion Fortaleza. Em dias claros, como esse, é possível ver todo o litoral da região limítrofe entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

 

A subida de 50min pelo Morro Fortaleza até o seu ponto mais alto (1.157m) vale a pena, pois lá de cima, tem-se a melhor vista do cânion.

 

   meio da caminhada, pode-ser ver a Cachoeira Fortaleza.

A vista dos paredões é maravilhosa! 

Com mais de 7km de extensão, o Cânion Fortaleza é uma enorme fenda na terra que parece não ter fim.

 Tanto o cânion Fortaleza quanto o Itaimbezinho e outros dessa região, formam uma divisa natural entre os estados de RS e SC.

 No ponto culminante do Cânion, a 1.157 metros.

Nessa foto, as nuvens parecem subir no topo do cânion. 

Outra curiosidade do parque é o gado que está alí... parece que ainda existem propriedades particulares dentro dos limites da reserva. Por falta de recursos, o Ibama ainda não regularizou a situação.

 

 

 

 

Parece que algo único faz com que tenhamos uma sensação de total surpresa e fascínio quando chegamos perto da borda de cada mirante. 

 

Mas com certeza, dos cânions, o que mais chama a atenção e surpreende pela sua magnitude é o cânion Fortaleza.

 

 

 

 

 

 

 

Por causa da proximidade com mar, os abismos sofrem o fenômeno da viração, um espesso nevoeiro. A névoa favorece o desenvolvimento da matinha nebular, espécie de floresta baixa que nasce na beira dos abismos. 

 Por isso, a saída desse Parque deve ser feita até as 17h. O clima muda muito rápido, a névoa impede a visualização do caminho de volta, o que facilita as pessoas se perderem.

 

Se existe um lugar que merece muitas fotos ele chama-se Cânion Fortaleza. 

Tudo muito lindo. Não tem como descrever tamanha beleza.

 

Na sequências das maravilhosas paisagens do Cânion Fortaleza, pegamos o caminho de volta pela estrada principal e paramos em outro "estacionamento", bem menor, a beira da estrada. A partir dali fizemos a trilha até a Cachoeira do Tigre Preto e da Pedra do Segredo. 

A trilha principal é feita primeiramente por campo adentro, depois às margens do Rio Segredo, chegando até as pedras onde a gente vê as águas cairem pelo cânion.

Visitantes passando pela parte alta da Cachoeira

A dica é: tirar o calçado e atravessar o rio sobre as pedras.

  

 Na borda da cachoeira. Chega dar aquele arrepio!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Travessia feita com sucesso! Vista da cachoeira do Tigre Preto.

Tivemos sorte porque o rio estava baixo, o que facilitou o acesso. Em dias que o rio está cheio, é praticamente impossível fazer a travessia. 

Até chegar à Pedra do Segredo, é possível ver muita coisa bonita, paisagens marcantes, como a beleza vista de frente da Cachoeira do Tigre Preto, que é toda aquela água do Rio Segredo que cai no cânion. A queda d'água tem 400m de altura. A travessia foi feita na parte alta da cachoeira.

Seguindo a trilha, chegamos até a Pedra do Segredo. É o fim da pequena expedição de 3km.

 

 

 

A pedra chama a atenção por suas características. É formada por um bloco monolítico de 5m de altura e aproximdamente 30 toneladas. Mas o que encanta mesmo é o fato dessa grandiosa pedra estar equilibrada em uma base de 50cm.

É perigoso e proibido ir até a Pedra. O perigo maior é de desmoronamento. Mesmo assim, muitos arriscam e  ultrapassam a cerca de contenção. 

 

No retorno da trilha da Pedra do Segredo, mais registros do Cânion Fortaleza. 

 Praticamente é aqui que começa o Cânion Fortaleza. A vista é de apenas 10% do cânion, mesmo assim não dá para ficar indiferente diante dessa muralha verde.

 

 

 

As trilhas são tranquilas... difícil mesmo é subir essa parte do Cânion Fortaleza. Subida registrada heheheh

 

Salve, salve, cânion e suas belezas!!!

No retorno, mais uma parada obrigatória na  borda da Cachoeira do Tigre Preto e no Rio Segredo.

 

 

 

 

 

 

 

Alguns visitantes aproveitaram o fim do passeio para se banhar nas águas do rio. Uma boa dica a se fazer no final da trilha.

 

A pequena Cambará do Sul, a cidade dos cânions, é uma daquelas joias raras buscadas por quem prefere um turismo de experiência, e principalmente, que valoriza a natureza. Lugar pacato, de tempo instável. 

Porém, tivemos muita sorte, porque pegamos dias de sol, dias quentes e  o principal, não pegamos nevoeiro nos cânions, o que seria impossível a visibilidade. 

 

 

Enfim, só quem percorre suas trilhas, visita os cânions, consegue entender porque sua paisagem é tão marcante. 

É  o Brasil com outra cara.