PARATY - entre o mar e montanha uma viagem no tempo, um museu a céu aberto. (André Meurer, Artista Plástico de Paraty)
Sabia que um dia iria
conhecer Paraty, só não sabia quando... Uma cidade famosa pela história do
Brasil Colônia além das belas praias e ilhas. Sempre botei fé nessa
certeza e o tempo trabalhou para que tudo acontecesse...
Em menos de um mês eu e
Alencar acertamos os detalhes da hospedagem, roteiro, dias e seguimos viagem em
03 de janeiro de 2015. Foi tudo tranquilo, não tivemos dificuldade em nenhum
momento.
Percurso tranquilo pela
Rodovia Régis Bittencourt. Parada para dormir em Registro-SP.
No dia seguinte pé na estrada.
Obras na Serra do Cafezal
Pegando rodoanel em São
Paulo
Passando pela Marginal Tietê
Em direção a Rodovia Ayrton
Senna
Saindo de São Paulo
Rodovia Airton Senna, onde a velocidade máxima permitida é de 120km/h
Na Rodovia dos Tamoios, parada
para almoço na Fazenda da Comadre, é uma mistura de restaurante com atrativos rurais. Bem original!
Atrações da Fazenda
Em direção a Ubatuba,
litoral de SP, pela rodovia Rio-Santos.
A chuva dando as boas-vindas na chegada em Paraty.
Nossa casa durante 06 dias, distância
10min de caminhada até o Centro Histórico.
Paraty está localizada num
lugar privilegiado entre o mar e a Serra da Bocaina. Uma cidade calma, sem violência,
nem assaltos e que, segundo os moradores não há nenhum registro de
roubo ou furto de carro em Paraty.
A linda cidade colonial é
Patrimônio Histórico Nacional tombada pelo IPHAN e tem muito bem preservada sua
arquitetura. No centro histórico, os casarões e o calçamento original das ruas,
todo de pedras irregulares conhecidas como “pé de moleque” colocadas por
escravos, transformam uma simples visita à cidade numa agradável viagem ao
tempo.
Detalhes dos símbolos maçônicos na coluna da casa, influência presente em Paraty. Além dos desenhos, os três cunhais de pedra, que formam um hipotético triângulo maçônico quando ligados entre três casas de esquina.
Rua do Fogo, que segundo alguns historiadores era conhecida como a rua mais boêmia da cidade na época do Brasil Colônia. |
Correntes fecham o acesso às ruas, impedindo a entrada de veículos, os quais são proibidos de trafegar no Centro Histórico. As ruas são inundadas a cada cheia da maré, já que Paraty está a apenas 5 metros acima do nível do mar.
Vista da Igreja Santa Rita e da Serra da Bocaina.
Pequenos barcos que levam os turistas conhecer praias e
ilhas paradisíacas.
Táxis aereos aterrissam e decolam de Paraty a todo
momento, além de helicópteros.
Cartão Postal de Paraty, a Igreja de Santa Rita (inaugurada em 1722) e o Museu de
Arte Sacra estavam fechados para restauração. Ao lado da Igreja, construção
anexa, está o cemitério da Irmandade em estilo columbário (com tumbas
embutidas), construído no século XIX.
Passeios de charrete
Esse é um sobrado rico em detalhes arquitetônicos com
ornamentos maçons (símbolos e os três cunhais de pedra na quina da casa), e adornos em forma
de abacaxis (símbolo de prosperidade).
Igreja da Matriz ou Igreja de Nossa Senhora
dos Remédios.
Igreja de Nossa Senhora das Dores
Passeio vagaroso de charrete pelos principais pontos históricos.
Segundo o charreteiro, essa casa pertence a família de Amyr Klink |
Essa, como muitas outras, tem as cornetas embaixo do beiral das sacadas para escoar a água da chuva. |
Paraty vista do alto, no caminho ao Forte Defensor Perpétuo, construído em 1703.
No Forte os portugueses armazenavam pólvora e armamentos, pois temiam uma invasão de piratas... hoje o Forte abriga apenas um museu de artes, tradições populares e artesanato caiçara da região.
Uma visão nada agradável no alto do Forte, a Usina Nuclear de Angra dos Reis.
Nos canhões, o símbolo da Família Real.
Rio Perequê-Açu
Casa da Nanda Costa (atriz) & Família.
Detalhe: não sabia que essa casa é dela, fiquei sabendo dias depois, através de um programa da Rede Globo
Praia do Pontal, praia do centro de Paraty.
No dia seguinte fomos a um passeio de barco, visitar algumas praias e ilhas
Nesse castelo, na Ilha dos Mantimentos, foram feitas algumas filmagens do filme O Crepúsculo.
Ilha dos Mantimentos: o nome é devido ao fato que no período colonial os portugueses deixavam os alimentos na ilha, devido a baixa maré que faziam os barcos encalhar.
Também era nessa ilha que as caravelas portuguesas ancoravam para levar nosso ouro a Europa. Seria cômico se não fosse trágico ao Brasil...
Água transparente, dá para ver um peixe.
Essa é a Praia do Rosa. A atriz Bethy Goffman arrendou essa ilha.
Mais uma ilha...
Mais peixes...água transparente.
Retornando...
No retorno uma grande surpresa, a maré tinha invadido as ruas de Paraty.
Placas que sinalizam o perigo de estacionar os carros perto do porto.
Mesmo assim...
O gato preto me passando boas energias e sorte.
Esse sobrado pertence as Organizações Globo de TV.
Aproveitando mais horas do dia, fomos visitar a Marina do Engenho, que pertence ao navegador Amyr Klink. São três píeres flutuantes que proporcionam segurança aos "probrezinhos" donos dos barcos.
O livro Linha D'água de Amyr Klink, leva na capa a foto do veleiro Paratii 2. O livro fala sobre empreendedorismo, sonhos de vida e persistência, aventuras e investidas no mar.
"(...)
barcos lendários cruzam amarras com viajantes anônimos. Nenhum de seus
tripulantes se mostra por isso especial. O tamanho de seus cascos ou
façanhas mede-se menos por pés ou milhas navegadas e mais, muitas vezes
mais, pela alma dos que vão dentro."
(pág.74)
Esse dia valeu um brinde com Mojito no restaurante Emirados Esfiharia.
Amanhece em Paraty... detalhe na foto para a lua cheia.
Fomos visitar as famosas praias de Trindade (distrito de Paraty) fica a 25km ao sul de Paraty.
Trindade é uma vila de caiçaras. Mesmo assim, há muitos restaurantes, pousadas, bares, áreas de camping e estacionamentos. Suas praias é de "encher os olhos", vale a pena conhecer antes que os poderosos a transformem em resorts ou condomínio.
Prais dos Ranchos |
Praia do Meio |
Praia Caixa d'aço |
Até o gatinho num momento de contemplação...
Parque Nacional da Serra da Bocaina, vista da praia Caixa d'aço.
Pegamos a trilha até a Piscina Natural.No caminho placa para conscientizar os turistas.
Depois de uma caminhada de nível médio de dificuldade, chegamos na Piscina Natural. As águas são cristalinas, relaxantes.
De volta na trilha um imenso pé de jaca.
Depois de conhecer essas praias de beleza inigualável, bora para Ubatuba - SP, a 73km de Paraty.
Visitamos o Projeto Tamar e o Aquário de Ubatuba.
Visitamos o Projeto Tamar e o Aquário de Ubatuba.
O Projeto Tamar atua em Ubatuba desde 1991, com projetos de proteção e preservação das diversas espécies de tartarugas, que estão no litoral brasileiro para se alimentar e produzir.
É vergonhoso a quantidade de lixo que o homem joga no mar e as tartarugas confundem com alimento, sofrendo os danos. Dá para conferir nas fotos... é de dar dó...
Todas as tartarugas nos tanques não estão ali por acaso. Foram salvas pelo Projeto Tamar com ajuda dos moradores, porque estavam machucadas, presas nas redes dos pescadores ou porque estavam na beira da praia, doentes devido o lixo.
É um projeto que vale a pena visitar.
O Aquário de Ubatuba é um empreendimento privado, fundado
em fevereiro de 1996 por um grupo de oceanólogos. Há muitas espécies marinha nos aquários... Vontade de postar todas as fotos, porém selecionei algumas.
Esse peixe tem os olhos que se movimentam de forma bizarra, não lembro o nome e não sei como descrever o movimento que faz com os olhos... |
Cavalos-marinho e outras vidas (peixes) |
Lagosta |
Peixe-Leão |
Jacaré |
Pinguins de Magalhães, adoro! |
Tubarões |
Muitos dos aquários ficam em alas escuras, proporcionando um ambiente com pouca luminosidade, no caso do aquário dos tubarões.
Linha imaginária que atravessa três continentes, 11 países e 03 oceanos. Divide a área tropical da subtropical. |
Mirante litoral de Ubatuba |
Retornando a Paraty - RJ |
Um brinde por mais um dia em Paraty. Chop artesanal na Cervejaria Caborê. | Percebe-se que esse não foi o primeiro brinde hehe |
Outro passeio foi de jeep, através de uma agência. Fomos no interior de Paraty, pela Mata Atlântica, conhecer cachoeiras e alambiques artesanais.
Passando na estrada Paraty-Cunha, em frente a Fazenda Murycana, mais um imóvel da Rede Globo.
Cachoeira da Pedra Branca, uma das mais bonitas.
"Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura." |
Flora da Mata Atlântica
Helicônea |
Bananeiras |
Helicôneas |
Saguis na Mata Atlântica
Visita e degustação no Alambique Paratiana
Conta a lenda que o produtor da cachaça Paratiana, criou
esse nome como uma referência à cidade onde ela é produzida. Paraty e também
como uma homenagem a sua esposa, Ana. Ele chegou em casa com uma garrafa da
cachaça e disse: "Para ti, Ana".
Realizado desde 1982, quando começou com o nome Festival
da Pinga, o Festival da Cachaça Cultura e Sabores de Paraty é um dos
eventos mais tradicionais da cidade.
É tudo meu hehehe |
Marco do Caminho do Ouro. Aqui começou a exploração do ouro pelos portugueses.
Estrada construída pelos escravos entre os séculos XVII e XIX, a partir de trilhas dos índios guaianazes, a Estrada Real, Caminho do Ouro em Paraty, dentro da Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra da Bocaina.
Ponto de passagem obrigatório, nos séculos XVII e XVIII, o caminho ligava Minas Gerais a Rio de Janeiro e São Paulo. No chamado "Ciclo do Ouro", Paraty exercia a função de Entreposto Comercial e também por sua posição geográfica, porto escoadouro da produção de ouro de Minas para Portugal. Foi uma das mais importantes cidades portuárias do século XVIII.
Mapa do Caminho do Ouro |
Revitalização é projeto constante em Paraty, em qualquer ponto turístico.
O Poço do Tarzã. Água bem fria.
Esta cachoeira, também conhecida como Cachoeira do Tobogã, está localizada na Estrada Paraty-Cunha, do Caminho do Ouro e da Igreja da Penha.
Chega-se à cachoeira por trilha sinalizada. A garotada paratiense costuma praticar surf na pedra. Também pode-se escorregar sentado, com maior segurança.
Igreja da Penha, construída com recursos da Alemanha. Fica na entrada da trilha da Cachoeira do Tobogã.
Detalhe: foi construída em cima de uma rocha.
Ao lado da Igreja da Penha, na mesma estrada que leva a
Cunha, está o Engenho d'Ouro, com visita muito bem
conduzida pela família proprietária. A força que movimenta a moenda vem de uma
roda d'água e todo o processo de produção é feito por gravidade.
Nossa turma do passeio de jeep.
Além do guia, morador de Paraty, tem paulistanos, curitibanos e nós dois, painfilhenses, gaúchos.
Comemorando mais um dia em Paraty no Restaurante Dona Ondina, com vista para o Rio Perequê-Açu.
Oh, vida difícil! heheh
Foram poucas as ruas desertas que puderam ser fotografas a noite. Há muitos turistas que visitam a cidade, principalmente europeus.
A iluminação tem rede
de fiação elétrica subterrânea. O objetivo foi de eliminar a poluição visual
causada pelos postes e cabos de alta tensão, em desarmonia com a arquitetura,
tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em
1958.
Foram instaladas réplicas de lampiões do século XIX, reproduzidos por artesãos da cidade de Tiradentes (MG).
Foram instaladas réplicas de lampiões do século XIX, reproduzidos por artesãos da cidade de Tiradentes (MG).
Os lampiões podem ser vistos nas fotos...
A noite é animada no Centro Histórico, com bares bacanas que capricham nos cardápios e na programação musical regada a MPB e bossa-nova.
Essa é a principal rua que dá acesso ao Centro Histórico.
No outro dia, bora fazer outro passeio de barco e conhecer outras praias, ilhas e suas histórias.
Por indicação de outros turistas que conhecemos em uma loja de artesanato, compramos o passeio na Escuna Ventura e foi o melhor passeio de barco em Paraty. Barco pequeno, comandado por uma família divertida e simpática.
Vista do barco para o famoso cartão postal, Igreja de Santa Rita.
Barco da Marinha de Angra dos Reis, fazendo presença nas águas de Paraty.
Um barquinho, bonitinho nas águas clara e quente.
Hum... que coisa chata.... heheheh
Água morninha, delícia.
Mais escunas
Na Praia do Lula. Segundo "Eddie Murphy", comandante do barco, a praia leva esse nome porque os pescadores que moravam nessa ilha pescavam apenas lula.
Águas límpidas, dá para ver a sombra do barquinho "Presente de Deus" no fundo. A natureza é realmente um presente de Deus!
No fundo peixes, também visíveis devido a água cristalina.
Essa casa está a venda... quem se habilita comprar e morar nessa ilha? Façam seus lances senhores...
Só o portão da casa é uma ostentação desnecessária.
Chegando na Praia Vermelha.
Todas as praias visitadas, durante o passeio de barco, ficam em ilhas. Há muitas ilhas, não tenho a informação de quantas são. Os turistas tem 40min para aproveitar o local, depois retornam ao barco para continuar o passeio.
Detalhe para o formato do remo. Trabalho artesanal. |
Saindo da Praia Vermelha...
Ao longe a usina nuclear de Angra dos Reis. Isso sim é chato de se ver... |
Mais uma ilha, aparentemente pequena. Mesmo sendo pequena, já tem brasileiro ou estrangeiro habitando. |
Vista da Igreja Nossa Senhora das Dores. Na época do Brasil Colônia era frequentada apenas por mulheres. |
De volta ao porto. |
Vista dos telhados das casas, da Palmeira Imperial ou Palmeira Real e a Serra da Bocaina. |
O Comandante do Barco Ventura, Eddie Murphy. Para nos chamar de volta ao barco, em cada parada nas ilhas, sempre tocava essa corneta, muito original e divertido. |
Tivemos muita sorte de visitar Paraty nos dias de lua cheia, que é quando ocorre a entrada da maré na cidade, lavando as ruas. A cidade fica parecendo Veneza. Por isso é bom ficar atento na lua, quando visitar Paraty. Se deseja ver a maré invadindo a cidade, que começa no início da tarde e recua no fim do dia, é aconselhável ir nos dias de lua cheia ou lua nova.
É muito interessante esse fenômeno. Foi enriquecedor presenciar esse momento.
Jamais irei esquecer a beleza desses espelhos d'água refletindo o charme da cidade.
Uma curiosidade da época: a riqueza das famílias era notada pela quantidade de portas nas casas. Quanto mais portas, mais rica era a família.
Os moradores colocam tábuas, usadas como pontes, para passar de uma rua a outra, durante a maré alta.
Flores de hibisco |
No entardecer, músicos na esquina do Armazém da Cachaça. A cidade respira arte, cultura, música, artesanato... É um lugar com enorme diversidade de passeios e atrações culturais. |
Mais beleza e charme na noite de Paraty.
Que descanso gostoso... a rua é toda minha... |
No restaurante Candeeiro, o último brinde a esse último dia em Paraty. Com cerveja artesanal e excelente música ao vivo, tudo muito bom. |
Comida típica de Paraty: Peixe com banana da terra. Uma delícia!
De sobremesa Petit Gateau |
Chegando a hora da despedida... de manhã cedo o registro da última vista de um quarto de uma casa de Paraty para uma rua, com suas casas, sua vegetação e sua Serra. Viagem aproveitada a cada segundo. Na bagagem, só alegria, experiência, boas energias e conhecimento. O que vi, o que conheci foi melhor do que imaginava. Sentirei saudades de Paraty!
Assim é Paraty...
Chão de pedras tortas...
Cheia de histórias e estórias.
Janelas que se abrem para admirar e receber o mundo...
Aonde o barulho são os idiomas, os dialetos.
Aonde a vida vira cantiga numa roda de viola,
Ou no chorinho da bossa nova.
Verde que não se cansa de receber seus colibris...
Que não se cansa de ser o fundo nos retratos da vida,
que convida,
que ilustra,
tema sofrido ou tema feliz.
Cidade que emociona com suas esquinas...
Barcos que navegam no mar, nas correntezas, nas ilhas desertas...
De cada profeta,
De cada artista,
De cada poeta.
Trilhas que pessoas sem destino encontram abrigo...
Encontram no vento e nas árvores, seu acalento, até seu destino.
Assim é Paraty, lugar lindo de se sentir.
(((Camila Senna)))
Parabéns pela iniciativa em compartilhar sua viagem para Paraty conosco. Estive visitando a cidade no último final de semana, e fiquei encantada. Voltarei com certeza.
ResponderExcluirObrigada Gilmara pelo comentário. Paraty realmente é encantadora. Fique a vontade para novas visitas no meu blog. Um abraço!
ResponderExcluir