Praia do Espelho |
Cabrália, a Terra Mãe do Brasil
Santa Cruz Cabrália, também na Costa do Descobrimento, tem muito a oferecer aos turistas. Patrimônio histórico e cultural, além das belezas naturais.
Porém essa cidade, poderia estar no lugar de Porto Seguro nos livros de história.
A história de Santa Cruz Cabrália iniciou no ano de 1500 com a chegada dos portugueses.
Destaque por sua importância histórica como local onde Cabral aportou com sua esquadra, pisou em terra firme para descobrir seus encantos e realizou a 1ª. Missa.
Cidade Santa Cruz Cabrália |
Se pensa que a aventura é perigosa, eu sugiro que você experimente a rotina... é mortal! (Paulo Coelho) |
Para chegar na parte alta da cidade subimos os vários degraus de uma escadaria, que no período colonial servia de troca
e comunicação entre a parte Baixa e a Alta da antiga Vila de Santa Cruz. A parte Alta era ocupada pela elite, sede política e
religiosa. A parte Baixa abrigava os pescadores e comerciantes da Vila.
Fundada
em 1535, a vila foi aqui instalada devido a elevação de quase 40m, que
permitia ampla visão da costa e maior proteção contra ataques de
corsários e contrabandistas de pau-brasil.
Vista do Rio João de Tiba e o mar |
Quando atingimos o topo, avistamos a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Casa de Câmara e Cadeia e um cercado onde há vestígios arqueológicos.
Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Igreja extremamente bem cuidada pelo
tempo que tem de existência.
Construções dos séculos XVII e XVIII e um mirante que descortina toda a beleza natural de seus arredores.
Ao lado esquerdo ruínas do que foi uma construção forte. Não há registros sobre sua possível finalidade e as pesquisas arqueológicas não puderam identificar qualquer elemento que evidenciasse a que serviria tal edificação. É possível deixar a criatividade vagar no local e imaginar o tempo das caravelas chegando.
Casa de Câmera e Cadeia |
Igreja Nossa Senhora da Conceição e Casa de Câmera e Cadeia, vistas do Rio João de Tiba |
Casas às margens do rio
Do outro lado do rio... Praia de Santo André
A Vila de Santo André, onde ficou hospedada a Seleção Alemã, é um local com um acesso pouco difícil mas vale muito a pena. De Santa Cruz Cabrália, atravessamos o rio João de Tiba de balsa, minutos depois desembarcamos na Vila de Santo André, onde tem sempre vans ou carros particulares oferecendo o transfer até a praia.
Rio João de Tiba
Balsa que faz a travessia |
Na Vila de Santo André, fizemos esse caminho a pé, até chegar na praia. Um caminho tranquilo com muita vegetação e flores.
Praia de Santo André ainda é um lugar pouco tocado, a vegetação de
restinga e o mangue continuam preservado, a junção do rio com o mar
cria praias calmas e agradáveis.
A Praia de Santo André é um local ideal para quem quer calma e tranquilidade. Areia e água limpa.
Fora de temporada, tem poucos turistas e é possível caminhar pela praia sem quase encontrar outras pessoas.
Ideal para quem quer ficar longe da agitação. Praia limpa, calma, quase deserta, lugar muito zennnnnn .
O povoado de Santo André passou a ser reconhecido após a estadia da seleção da Alemanha durante a copa do mundo no Brasil. Esse é o hotel onde ficou hospedada a seleção da Alemanha, e está sendo apelidada de praia dos 7x1.
Todos os olhos da mídia internacional ficaram voltados para o povoado. A Alemanha se encantou com a comunidade e seus costumes. Conviveu e aprendeu que o sossego e a paz que o local oferece, refletem no cotidiano de seus habitantes.
Praia de Coroa Vermelha
Situada a 8km do centro de Santa Cruz Cabrália, o distrito Coroa Vermelha, local onde foi celebrada a
1ª Missa em 26 de Abril de 1500 por Frei Henrique Soares de Coimbra, e
onde se encontra uma das maiores comunidades indígenas, em área urbana do
país, a Aldeia Pataxó.
No final da praça, antes de chegar na praia, entre os artesanatos indígenas e artesanatos da comunidade local, encontramos uma enorme cruz que simboliza o local onde foi celebrada a primeira missa no Brasil.
Muitas esculturas de índios na Praça
Antes de chegar à praia de Coroa Vermelha, passamos por uma praça cheia de artesanatos indígenas. Nesse local é onde fica a aldeia indígena Pataxó e o Museu Indígena com artesanatos e utensílios fabricados pelos índios.
Os costumes e a criatividade dos índios pataxós ganham um espaço exclusivo - no Memorial Indígena,
na praia de Coroa Vermelha.
Ótimo lugar para se comprar as "lembrancinhas" de viagem e principalmente conhecer um pouco da história do Brasil.
Considerada ponto de desembarque da expedição de Pedro Álvares Cabral
quando chegou ao Brasil, Coroa Vermelha atrai turistas que chegam em
busca de uma enseada tranquila, com piscinas naturais protegidas pelos
recifes e areias brancas.
Visitamos Coroa Vermelha duas vezes e a cor da água muda conforme as alterações climáticas. Mesmo assim preserva a beleza de uma praia tranquila de água morna.
Em Coroa Vermelha existe uma invasão na beira mar pelas barracas e isso tira parte da beleza natural.
A gente tem o direito de deixar o barco correr. As coisas se arranjam, não é preciso empurrar com tanta força. Clarice Lispector
|
O mar da Praia de Coroa Vermelha é como se fosse uma piscina de tão
tranquila, sem ondas e com a maré baixa onde surgem os corais. Também se forma um caminho de areia que segue pelo mar adentro, muito bonito por sinal.
caminho de areia - praia coroa vermelha
RESERVA DA JAQUEIRA - Artesanato, tradição e cultura
Pataxó
A aldeia Pataxó de Coroa Vermelha, está localizada no município de Santa Cruz
Cabrália/BA. É dividida em duas, uma aldeia fica beira
mar em uma área urbana, e a outra na Reserva da Jaqueira, em área rural.
A reserva da Jaqueira foi a primeira que visitamos. Passeio feito por conta própria.
Um índio da tribo nos recepcionou da entrada até a reserva da Jaqueira. Também esse mesmo índio foi o guia dentro da Reserva. |
Na aldeia circulamos livremente, onde o guia falou do
modo de vida dos moradores, o trabalho com as mudas de árvores, como a de pau-brasil, as ocas, as crenças e rituais, os artesanatos, a farmácia de ervas e plantas, e as
manifestações culturais desses descendentes.
Crianças indígenas brincando na Reserva
Os índios nos recepcionaram muito bem, mostraram um pouco da sua cultura, como vivem e suas crenças.
Essa tribo vive na mata nativa e as ocas
espalhadas pela reserva, ainda no formato original, remetem a épocas
longínquas. Engajados na proposta de desenvolvimento sustentável, os
índios recebem os visitantes vestidos e pintados a caráter para
apresentação de danças e rituais.
Viveiro com diversas mudas de árvores e plantas medicinais |
A proposta desse passeio, é que os visitantes
possam conhecer os hábitos e costumes da tribo, adquirir artesanato confeccionado na
própria tribo, fazer trilhas, participar dos rituais, fazer pinturas
corporais e degustar um peixe
assado na folha de bananeira.
Dentro da aldeia há escola de ensino fundamental e médio que somam ao currículo aulas de patxohã, a língua nativa dos Pataxós.
No quadro uma aula de patxohã |
Turistas na Reserva |
Pé de Jaqueira. Árvore que deu o nome a Reserva. |
Peixe assado na folha de bananeira, servido com farofa. |
Passamos uma tarde vivenciando um pouco da cultura dos
índios Pataxó, o povo que resistiu e que fazem parte da nossa herança
cultural, e ainda mantêm algumas das suas tradições
milenares e no modo natural
de viver.
Ocas |
Cachimbo da paz. Aromático fumo de ervas sagradas.
O guia explica os benefícios da Amescla. Serve para inalação, sinusite, rinite, dor de cabeça e como incenso de purificação.
Árvore Amescla |
Resina retirada da Amescla para fins medicinais |
Para quem gosta de histórias, cultura indígena, natureza, vale a pena o passeio.
A primazia
Pro bem, pro mal
Primeira mão na Bahia
Primeira missa
Primeiro índio abatido também
Que Deus deu
(Toda menina baiana - Gilberto Gil)
ALDEIA NOVA COROA
Outra reversa que fomos conhecer, por conta própria, foi a Aldeia Nova Coroa, na Praia de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália. Essa reserva também é da Tribo Pataxó.
Pinturas no corpo, arte aos visitantes.
Exibindo meu desenho Pataxó |
A Tribo Pataxó vive a beira mar, com uma população estimada em 5.000
índios. O meio de sustentabilidade é através do artesanato, pesca,
agricultura e o turismo.
Arte Pataxó: Lanças, flecha e cocar. Peças muito usadas na decoração de ambientes. |
As necessidades de renda, aliadas à difícil vida no campo ou nas
florestas já degradadas, de onde já não se consegue obter o sustento
como na época dos antepassados, estão mudando antigos padrões entre os
índios. Isso tem levado aldeias a buscar novas fontes de renda. O
ecoturismo é uma dessas opções. (Ivani Ferreira de Faria - UFAM)
Dançando com os índios da Aldeia Nova Coroa - Tribo Pataxó
Maracá - chocalho indígena utilizados nas festas e cerimônias religiosas e guerreiras.
chocalho indígena utilizado em festas e cerimônias religiosas e guerreiras.
Leia mais: http://www.mundopercussivo.com/estudos-e-pesquisas/conhecaosinstrumentos/marac
chocalho indígena utilizado em festas e cerimônias religiosas e guerreiras.
Leia mais: http://www.mundopercussivo.com/estudos-e-pesquisas/conhecaosinstrumentos/maraca/ |
Para quem pediu se não fiquei com medo de entrar em uma reserva indígena, deixo o grande escritor Saramago responder por mim:
... tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos. Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios. Quantos anos tenho? Isso a quem importa? O que importa é a idade que sinto. Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto..."
José Saramago
Apito de pássaro, mais uma arte pataxó.
É muito importante conhecer a cultura indígena e entender suas
dificuldades de manter suas origens. Não podemos esquecer a história, lembrando que os verdadeiros donos desta terra são os índios que já viviam muitos antes de nós chegarmos.
COROA ALTA
O passeio, que dura o dia todo, começa no porto de Santa Cruz Cabrália, atravessa o Rio João de Tiba de escuna até chegar em alto mar, seguindo até o Recife de Coroa Alta, onde é possível, com a maré baixa,
observar corais e peixinhos – há aluguel de máscara, snorkel e sandálias
na beira do píer. Na volta, parada na pacata vilazinha
de Santo André para almoço, e na Ilha do Sol, para compras de doces
caseiros e o tradicional banho de lama no manguezal.
Cenários do Rio João de Tiba
Viajar não é despesa, é investimento pessoal. |
De Escuna pelo Rio João de Tiba |
Manguezal - ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho
|
Em alto mar seguindo para Coroa Alta. No percurso praias ainda preservadas. |
Cabrália ainda herdou da natureza uma belíssima formação de recifes, com
contornos de um coração no complexo do Parque de Coroa Alta. O formato
só foi descoberto recentemente pelo biólogo marinho e coordenador
executivo do Projeto Coral Vivo, Gustavo Duarte, enquanto checava alguns
mapas. Fonte: Correio Braziliense
Fonte: Correio Braziliense |
O Parque Marinho de Coroa Alta, é uma formação de resíduos de corais existentes em alto mar.
Em
seguida, navegando entre os manguezais, pelo rio
João de Tiba, desembarcamos na vila de Santo André
para almoçar em restaurante self-service com
diferentes pratos da culinária regional.
Restaurante |
Do restaurante para o Rio João de Tiba e escuna |
Neste paraíso pode-se tomar banhos de rio e de lama, fazer caminhadas e comer muito doce.
Caranguejo do Mangue |
A produção dos doces é mantida com o trabalho de 20 funcionários, que todos os
meses usam 15 mil cocos para fabricar 120 tipos de doces, e oferecê-los
aos 1 mil visitantes diários que desembarcam na ilha. O local
funciona de domingo a domingo.
Doces, de coco e frutas típicas da região, licores e pimentas na Ilha dos Doces. Difícil escolher... são tantas opções...
Cocadas coloridas com sabor de frutas |
Rede de fibra de coco, muito confortável |
Vai um coco aí...? |
Lindas paisagens no Rio João de Tiba |
Retornando do passeio...
PRAIA DO ESPELHO em CURUÍPE
Praia realmente linda e preservada, de difícil acesso. Contratamos esse passeio devido a distância de Porto Seguro e pela dificuldade em chegar. Aproximadamente 3h entre estrada pavimentada e estrada de terra. Esse pedaço do paraíso fica entre Trancoso e Caraíva, duas vilas de pescadores ao sul da Bahia.
Lugar espetacular, quase sem ondas e de agua cristalina. É uma praia que não deixou o progresso chegar muito perto.
Fiquei curiosa para visitar a Praia do Espelho, ainda mais depois que ela entrou para a lista das melhores do Brasil.
Caminhando ao norte chegamos na Praia dos Amores. Tão bonita quanto a Praia do Espelho. |
O mar tem uma cor caribenha e as falésias emolduram a paisagem.
No Espelho é só relaxar e apreciar a natureza.
Rio que desagua no mar
Na Praia do Espelho tem poucas pousadas, e suas areias ficam quase desertas. É praia pra desconectar e ficar de boa, na paz.
“Daqui a vinte anos, você não terá arrependimento das coisas que fez, mas das que deixou de fazer. Por isso, veleje longe do seu porto seguro. Explore. Sonhe. Descubra.” – Mark Twain
Quem não gostaria de estar no lugar dela? |
Coral mostrado pela guia |
...a Bahia ficou sendo para mim
poema natural
respirável
bebível
comível
sem necessidade de fonemas.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
E você? Quais são suas prioridades???
A máquina do tempo é rápida demais...
Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz...
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
(Balada do Louco - Ney Matogrosso)
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