Vambora!!!: São Luis do Maranhão

São Luis: a dor e a delícia de ser o que é.

É nos casarões do século XVIII e XIX, na rica azulejaria, becos, ruas de pedras, calçadas e escadarias de cantaria que estão a essência da cidade, uma mágica no tempo.

Terminamos a Rota das Emoções...

http://rosmarischelle.blogspot.com/p/rota-das-emocoes.html

...e ainda tínhamos mais destinos no roteiro.

De Barreirinhas fomos a São Luis, onde ficamos dois dias e ainda conseguimos encaixar um bate e volta a Alcântara.

Em 2015 estive em São Luis e Lençóis Maranhenses, mais informações em:

http://rosmarischelle.blogspot.com/p/blog-page.html

O Maranhão tem uma localização privilegiada: fica no extremo leste da Amazônia oriental e no extremo norte/oeste do Nordeste. Politicamente é Nordeste (antes era o "Meio-Norte"), geograficamente é uma mistura de Norte-Nordeste e culturalmente, marcado pelas influências indígena, branca e forte presença negra. A intensa miscigenação do seu povo é evidenciada pela sua rica culinária, artesanato, história, folclore, cultura popular e música.

Rua do Giz

Ficamos hospedadas no coração do centro histórico, na rua do Giz. Essa rua foi eleita uma das mais bonita do Brasil e posso garantir que tem muito mais entretenimento, restaurantes, teatros, além da facilidade de locomoção, dá para fazer tudo a pé, e tem segurança também, tanto de dia quanto a noite. Em 2015 fiquei na parte moderna da cidade e não havia os atrativos que há no centro histórico. Para quem quer conhecer a origem da cidade, ficar hospedado no centro histórico é uma ótima opção, outra vantagem é a proximidade do Cais da Praia Grande, onde partem os barcos até Alcântara.

Chegamos a noite em São Luis e o primeiro tur histórico foi na própria pousada.

Pousada Portas da Amazônia. Um casarão de mais de 215 anos, que faz parte da história do Brasil, foi uma antiga senzala do período da escravidão. Totalmente adaptada para ser uma pousada, conservando o soalho de madeira, janelas, fachada, paredes. Uma volta ao passado. Foi a melhor escolha de hospedagem, uma forma de imergir na experiência cultural e histórica oferecida por São Luis. A rua é silenciosa e os quartos tem varanda, um charme só.

Pousada Portas da Amazônia

Rua do Giz vista por outro ângulo

Palácio dos Leões - edifício sede do Governo do Maranhão.

Além de ser uma relíquia, por si só, o palácio também possui muitas obras de arte como telas de famosos artistas, tapeçaria francesa, móveis e porcelanas que vieram da França no século XVIII. Nas paredes obras feitas em tecido com fios de ouro e prata.

São Luis é a única cidade brasileira fundada por franceses. O Palácio dos Leões foi construído em 1612, porém era um forte, recebendo o nome de São Luís, homenageando o Rei da França, Luís XIII. Poucos anos depois, após a expulsão dos franceses e entrada da coroa portuguesa no local, o forte passou a ser chamado de São Felipe e residência dos governadores.

A primeira vez que visitei o Palácio dos Leões, era proibido fotografar ou filmar.

Vista do Palácio para a Baia de São Marcos

Saindo do Palácio dos Leões, bora fazer o citytour.

Fonte de água na Praça D. Pedro II

Catedral Nossa Senhora da Vitória

Altar banhado em ouro

Museu da Gastronomia Maranhense - conhecimento sobre as origens da culinária maranhense. A visita é guiada e nosso guia foi super divertido, além de contar com riqueza de detalhes.

Museu da Gastronomia Maranhense

Tambor de Crioula - referência de identidade e resistência cultural dos negros maranhenses. Sempre marcado pelo toque de 03 tambores.

Mercado das Tulhas ou Casa das Tulhas - Vendem produtos típicos da região.

Beco Catarina Mina, batizado em homenagem a ex-escrava Catarina Rosa Pereira de Jesus

Vale a pena conhecer a história da Catarina Mina.

Escadaria do Beco Catarina Mina

Museu Casa de Nhozinho - presta homenagem a Antonio Bruno Pinto Nogueira, um dos mais importantes artesãos maranhenses, mestre na talha de buriti e um dos primeiros a representar a festa do Bumba meu Boi em miniatura.

Museu Casa de Nhozinho

Rua do Giz, considerada uma das mais bonitas do Brasil.
Dizem que nessa rua havia uma argila branca, escorregadia, por isso a construção da escadaria. Outros dizem que haviam muitas costureiras que jogavam sobras de giz pela janela.

Também dizem que lembra muito as ruas de Lisboa.

Rua de Nazaré

Teatro Artur Azevedo - o 2º mais antigo do Brasil, sendo o 1º de Ouro Preto.

Pegamos a visitação completa, com duração de 1h, é guiada e gratuita, passando por todos os espaços e cômodos do Teatro. Apresentação de fatos históricos, principalmente de Artur Azevedo (jornalista, poeta, teatrólogo, contista) e Apolónia Pinto (maior atriz brasileira na sua época, nasceu em um dos camarins do Teatro e atuou de 1866 a 1930. Sua mãe era atriz portuguesa).

Theatro Artur Azevedo, na rua do Sol

No projeto original, a fachada do Arthur Azevedo seria voltada para a Rua da Paz, onde está localizada a igreja Nossa Senhora do Carmo. Considerada uma casa de profanação pelos padres carmelitas, a obra do teatro foi contestada. Mudaram a fachada para a estreita Rua do Sol.

Escravos levavam seus senhores ao Teatro, mas ficavam nos corredores sem poder assistir as apresentações. As janelas circulares e estreitas impediam que fugissem.

Engrenagens do palco e cortinas

A atriz Apolônia Pinto nasceu em um dos camarins do Teatro Artur Azevedo.

Igreja Nossa Senhora do Carmo sendo restaurada. Localizada em frente a Praça João Lisboa, na rua da Paz.

Pôr do sol no Rio Anil

Museu Casa do Tambor de Crioula - Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. referencial de identidade cultural dos negros maranhenses. Envolve dança circular, canto e percussão de 03 tambores. Apresentações todas sextas no Mercado das Tulhas.

Festas populares como o Bumba-meu-Boi e o Tambor de Crioula, misturam costumes portugueses, tradições africanas e indígenas.

Projeto Reviver - importante projeto público no restauro de imóveis

As fotos a seguir são de casarões do centro histórico, fazem parte da revitalização do Projeto Reviver.

O centro histórico de São Luís preserva muitos casarões de influência francesa, holandesa e portuguesa e mantém exatamente como foram construídos durante o Império. Tombados pela Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade.

Andar pelas ruas é literalmente caminhar sobre um pedaço de Portugal, isso porque as pedras de cantaria foram trazidas de navio pelos portugueses, a mais de 400 anos atrás.