Rever Gilberto Gil foi um prazer muito grande.
No dia 04 de março 2023 revivi esse momento pela segunda vez. A primeira foi em Salvador em 2020 e a expectativa, alegria foi a mesma em Porto Alegre.
Um gigante da música popular brasileira, imortal da Academia Brasileira de Letras, vencedor de vários Grammys, nomeado Artista pela Paz pela UNESCO, foi embaixador da ONU, Ministro da Cultura e tem mais de 50 álbuns lançados.
Um cantor consagrado que não tem época, sobrevive ao tempo, se reinventa, influencia gerações, desperta sentimentos e transmite diversas mensagens, basta saber interpretar.
Privilégio estar no show de um dos MAIORES NOMES da música brasileira que sobreviveu a prisão e ao exílio da ditadura militar nas décadas de 60 e 70.
Para nosso deleite ainda compõe e se apresenta com sua família.
Além dos filhos que se apresentam no palco, também sua neta Flor.
Cada um com seu talento, tem no patriarca Gilberto Gil um exemplo a seguir.
Momento enriquecedor. Suas músicas tem muito conteúdo, algo raro em muitos artistas.
Salve, salve Gilberto Gil. Vida longa!
Além de shows que ficam para sempre na memória, Porto Alegre tem muitos lugares interessantes.
O Chalé da Praça XV, de 1885, é um dos mais tradicionais bares e restaurantes de Porto Alegre. Localizado no Centro Histórico em frente ao Mercado Público.
A burguesia que frequentava o local, cedeu o espaço para artistas e intelectuais. Entre os frequentadores, Mário Quintana e Moacyr Scliar.
Hoje seus pratos, especialidades da culinária gaúcha, são preparados pela Escola Senac.
Um lugar charmoso e com muita história. Tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal.
Paço Municipal, também conhecido como Prefeitura Velha ou Paço dos Açorianos, construção de 1898 - 1901.
Em frente está localizado o Marco Zero de Porto Alegre e a Fonte Talavera de La Reina (réplica).
No seu interior funcionam a Pinacoteca Aldo Locatelli, além do porão que serviu de cadeia e hoje abriga as memórias do Paço.
A cuba original, quebrada. da Fonte Talavera de La Reina, está exposta no subsolo do Paço Municipal.
Réplica do Monumento aos Açorianos |
Pátio interno do Paço Municipal |
A história das artes do Paço Municipal |
Fim de tarde bom mesmo é passear pela orla do Guaíba e provar alguns etílicos.
Cais Embarcadero |
Quem passa pela Praça da Alfândega pode admirar o piso que lembra a Praça do Teatro Amazonas ou o calçadão de Copacabana.
Entardecer Ao fundo a Catedral Metropolitana Madre de Deus |
Não faltam boas opções culturais na capital.
Aproveitamos para assistir no Teatro São Pedro a peça "Antes do Ano que Vem", uma encenação solo interpretada pela atriz Mariana Xavier e direção de Lázaro Ramos.
Na comédia a atriz vive várias personagens, com mensagens de valorização da vida.
4º Distrito é uma boa opção para terminar a noite. Um centro boêmio com uma variedade de cervejarias artesanais.
Um prédio histórico ao lado da Praça da Matriz e Teatro São Pedro. Hoje um hotel charmoso. Localização perfeita para turistar por Porto Alegre. A história do Hotel já é uma viagem ao passado que vale a pena conhecer.
Muitos artistas da telinha e músicos já se hospedaram nesse aconchegante hotel.
Dia seguinte continuei "batendo perna".
Sentar no banco da Praça da Alfândega é inevitável, ainda mais na companhia dos grandes poetas, Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade.
Um dos cantinhos preferidos dos Porto-Alegrenses é o Mercado Público. Para quem está de passagem pela capital, também.
Quem conhece gosta de passear entre as bancas e provar um café, sorvete, frutas, lanchar ou almoçar e também fazer aquelas comprinhas básicas que nossas receitas pedem.
Jogar balas ou moedas no Bará e fazer pedidos é um ritual quase obrigatório no Mercado Público.
Biblioteca Pública Estadual
Uma das mais belas edificações tombada pela Patrimônio Histórico e Artístico Estadual e Nacional.
A Biblioteca é referência mais importante da historiografia e da cultura gaúcha e possui coleções de obras raras.
Salão Mourisco |
Na Agenda Cultural do Salão Mourisco a Exposição Caminhos de Proust, 1871 - 1922 - Cem Anos Depois.
Um dos livros de Marcel Proust foi traduzido por Mário Quintana "Em Busca do Tempo Perdido".
Madeleines e memória afetiva
Na exposição Caminhos de Proust, uma emocionante experiência nos aguardava no segundo piso da Biblioteca: um espaço montado com o Instituto do Cérebro do RS (InsCer) para detalhar cientificamente como o cérebro humano registra as memórias de sensações e emoções.
Depois de ler um trecho da obra "Em busca do tempo perdido" fomos convidadas por um senhor, vestido de garçom, para provar as madeleines (doce francês) molhadas no chá, como fazia Proust. Em seguida um cartão branco foi entregue para descrevermos algum momento gravado na nossa memória afetiva.
Foi assim, saboreando madeleines com chá, que acionaram a memória afetiva do escritor e deram origem à obra “À la recherche du temps perdu" - na tradução de Mário Quintana, "Em busca do tempo perdido".
Parque da Redenção é um dos lugares mais democráticos de Porto Alegre. Frequentado por pessoas antenadas, que buscam qualidade de vida, um lugar para caminhar, tomar chimarrão, andar de bicicleta, passear com os pets, tomar sol, ler, ou simplesmente um lugar para relaxar.
Memorial Érico Veríssimo, na Rua da Praia ou Rua dos Andradas, está localizado no coração do centro histórico. O prédio conserva aspecto da época (1926 -1928).
Tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do RS, tem no interior 02 andares destinados as obras e memórias do escritor Érico Veríssimo. Objetivo é preservar a memória do escritor gaúcho, com originais de suas obras, manuscritos, originais datilografados e desenhos das personagens e das cidades, além de fotos, correspondências filmes, documentos e registros da vida e obra de Érico Veríssimo.
Para quem quer saber um pouco mais sobre o autor de "O Tempo e o Vento", "Incidente em Antares", "Olhai os Lírios do Campo", "Noite", "Clarissa", "Ana Terra" e tantas outras obras, vale uma visita ao Memorial que fica no mesmo prédio do Museu da Eletricidade.
Indicação de crítica do próprio autor |
O Farol Santander tem um foco para a arte contemporânea. Apesar disso a construção do edifício é histórica. Construído entre 1927 e 1931 serviu de sede para diversos bancos. No piso inferior coleção de moedas e documentos.
Exposição de arte digital do japonês Shohei Fujimoto. Arte através do laser, fotografias.
Casa Cultura Mário Quintana
"eles passarão, eu passarinho"
A alma fica leve quando lembramos de Mário Quintana e seus versos.
O Hotel Majestic que já abrigou o poeta, hoje é Casa de Cultura Mário Quintana. Vale a pena uma visita para conhecer um pouco mais do poeta e exposições de obras que a Casa exibe.
MARGS
O edifício que hoje abriga o Museu de Arte do RS é de 1913, construída pelo arquiteto alemão Theo Wiederspahn.
Um acervo muito grande distribuído em dois andares.
Tempo Bom, de Allan Vieira |
Detalhe da azulejaria interna.
Prédios centenários de Porto Alegre que continuam funcionando e guardam parte da nossa história.
Todo esse roteiro foi feito num fim de semana.
O tempo colaborou e vale lembrar que os porto-alegrenses foram sempre educados, simpáticos e prestativos em todos os lugares que estive.
E quem disse que não tem tanta coisa para ver ou fazer em Porto Alegre?
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