O Norte do Brasil e a Floresta Amazônica, é uma região que talvez, poucos tem curiosidade em conhecer, porém muito desejada e muito mais conhecida por estrangeiros que pelos próprios brasileiros.
A cidade de Manaus fica no coração da Floresta Amazônica, às margens do rio Negro, num território habitado por lendas e que esbanja arte, folclore e cultura. É uma das cidades brasileiras mais conhecida no exterior.
A capital amazonense é muito procurada pelos amantes de natureza, ecoturismo, pessoas apaixonadas por cultura de raiz.
Em 2009, a Floresta Amazônica foi considerada uma 7 Maravilhas da Natureza pela Fundação Sete Maravilhas do Mundo Moderno
ORIGEM DO NOME AMAZONAS
O próprio nome do Estado remete à Grécia Antiga, onde diziam existir um grupo de amazonas, destemidas guerreiras que eram imbatíveis nas lutas que travavam do alto de seus cavalos. Quando os portugueses chegaram aqui encontraram as índias, que corajosamente resistiam aos estrangeiros com seus arcos e flechas, batizaram o local então de Amazonas.
ORIGEM DO NOME MANAUS
A origem do nome da cidade provém da tribo dos manaos, habitante da região dos rios Negro e Solimões. A grafia antiga da cidade preservava o "O" e acentuava a vogal: "Manaós". Na língua indígena, Manaus é a variação de Manaos, que significa Mãe dos Deuses.
Chegar até Manaus foi mais simples que pensava, fazer os passeios por lá também, muito acessível.
As primeiras paisagens do Estado Amazonas se descortinam da janela do avião.
80% da água doce do planeta está na Amazônia |
Eu e a Daiane optamos por comprar apenas as passagens aéreas e os passeios decidimos contratar diretamente em Manaus, através de guias credenciados. Já sabíamos o que conhecer e explorar. Claro que nem todos gostam de viajar assim, aventurar e decidir na hora, sem programação. Porém, como boas mochileiras, tudo deu certo como imaginávamos.
Conhecemos o guia Sidney, um simpático e comunicativo guia turístico, que passou todas as informações sobre passeios e preços. Também informou quais os passeios que poderíamos fazer por conta própria, sem guia. Contatamos com ele o City Tour; Encontro das Águas - interação com botos - aldeia indígena; Cachoeiras de Presidente Figueiredo e 02 dias e 01 noite na Selva.
Para quem deseja ir a Manaus ou em algum hotel de selva, é bom saber: o calor é muito intenso, muito mesmo, como dizem os manauaras: "tem um sol para cada habitante", e uma das preocupações é com o tal do mosquito. Mas aí vai uma boa notícia e um agradecimento para a Mãe Natureza: o rio Negro, onde fica a cidade de Manaus e a maioria dos hotéis de selva, tem em suas águas um grau de acidez bastante elevada. Isso significa que os insetos não se proliferam.
Os dias em Manaus foram assim:
1º dia:
- Teatro Amazonas
- Programação Cultural: concerto da Orquestra Filarmônica no Teatro Amazonas
2º dia:
- City Tour em ônibus inglês
- Cais do Porto de Manaus
- Bosque da Ciência
- Programação Cultural: apresentação Coral do Amazonas, no Teatro Amazonas
3º dia:
- Visita a aldeia indígena Tuyuka
- Interação com botos
- Restaurante flutuante
- Trilha na mata
- Encontro das águas do Rio Negro e Rio Solimões
- Programação Cultural: Festa do Boi Bumbá
4º dia:
- MUSA - Jardim Botânico
- Museu Seringal
- Praia Dourada
5º dia:
- Cachoeiras em Presidente Figueiredo
6º e 7º dia:
- Dois dias e uma noite na selva
- Banho nas águas do Rio Negro
- Focagem de jacarés
- Trilha na floresta
- Observação de pássaros
- Interação com botos
- Pesca de piranhas
- A noite em Manaus, programação cultural: Tributo a Renato Russo no Largo São Sebastião
8º dia:
- Mercado Municipal Adolpho Lisboa
- Museu da Cidade de Manaus
- Museu Casa de Eduardo Ribeiro
- Teatro Amazonas
- Museu do Índio
1º Dia
TEATRO AMAZONAS
História, arte e muito luxo. O Teatro Amazonas mostra a riqueza da época do Ciclo da Borracha, uma atividade que transformou a sociedade e história de Manaus. Foi construído no governo de Eduardo Ribeiro, para atender ao desejo da alta sociedade amazonense da época, que queria uma cidade à altura dos grandes centros culturais. É uma viagem no tempo.
O Teatro Amazonas tem função artística de porte internacional.
A cúpula do prédio, foi inspirado nos clássicos edifícios parisienses e no caso do Teatro Amazonas, tinha a função de ajudar na circulação de ar, era como um grande ar condicionado que captava os ventos e direcionava para dentro da grande sala. Por conta dessa influência francesa, o visionário governador Eduardo Ribeiro, que governou de 1892 a 1900, buscou inspiração para a cúpula ter as cores da bandeira do Brasil e da França.
No centro de Manaus, muitas construções foram erguidas na época do Ciclo da Borracha, pela influência da cultura e arquitetura europeia. Até hoje Manaus é conhecida como a "Paris dos Trópicos".
O Teatro Amazonas é um exemplo dessas construções. Inaugurado em 1896, é o maior símbolo do apogeu econômico dos manauaras.
Programação Cultural com a Orquestra Filarmônica Amazonas |
A estrutura do Teatro Amazonas faz com que o som se espalhe com força para toda a plateia em frente, nas laterais, e nos 03 andares onde ficam os camarotes. Por isso não é necessário o uso de microfones.
Construção de 1896 sem necessidade de uso de microfones, ISSO É INCRÍVEL!
Muitas apresentações culturais no Teatro Amazonas tem entrada livre.
2º DIA
CITY TOUR
City Tour pela cidade de Manaus, com ônibus inglês.
Serviço gratuito da Empresa Estadual de Turismo.
Palácio Rio Negro |
Igreja São Sebastião, data de 1888. O prédio é em estilo neoclássico, com alguns elementos medievais.
Igreja São Sebastião vista do Teatro Amazonas |
Primeira igreja erguida após a fundação de Manaus, a Matriz de N. Srª. da Conceição, foi construída em 1695.
Ponte Metálica - construída no período de 1892 a 1895, com peças importadas da Inglaterra, no governo de Eduardo Ribeiro. |
Arena da Amazônia |
Ponte Rio Negro. Ponte estaiada que atravessa o Rio Negro. Ela conecta os municípios de Manaus e Iranduba. |
Inaugurada em 2011, é a única ponte que atravessa o trecho brasileiro do rio Negro, sendo considerada a maior ponte fluvial e estaiada do Brasil, com 3,6 quilômetros de extensão.
Ponte vista do Rio Negro |
O Rio Negro nasce na região pré-andina da Colômbia e corre ao encontro do Solimões, para formar o Amazonas
PORTO DE MANAUS
Placa registra o nível que chega o rio em cada ano. A maior cheia do Rio Negro foi em 2012. |
Embarcações típicas de Manaus |
BOSQUE DA CIÊNCIA - INPA
O Bosque da Ciência é uma área de aproximadamente 13 hectares, pertencente ao INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Localizado no perímetro urbano da cidade de Manaus. Aqui se conhece de perto as espécies da flora e fauna da Amazônia: árvores da região, animais como ariranha, peixe boi, as mais variadas espécies de tartarugas, peixe elétrico...
Peixe-boi |
Palmeira que produz o açaí |
Mogno, muito raro encontrar nas florestas |
Samaúma |
Cutia |
Ariranha |
Cupuaçu - fruta |
Ninho de Tecelão, um passarinho que tem forte vocação para engenheiro. Dentro do ninho os filhotes ainda têm espaço de sobra para crescer... |
A maior folha encontrada na Amazônia com 2m de altura |
Ninho do Gavião Real |
Uma reprodução dos acampamentos dos seringueiros |
Para jamais esquecer... CHICO MENDES |
"Os seringueiros, os índios, os
ribeirinhos há mais de 100 anos ocupam a floresta. Nunca a ameaçaram.
Quem a ameaça são os projetos agropecuários, os grandes madeireiros e as
hidrelétricas com suas inundações criminosas." Chico Mendes
Fechamos o 2º dia em Manaus, assistindo a mais uma apresentação cultural no Teatro Amazonas.
Coral do Amazonas |
3º DIA
INTERAÇÃO COM BOTOS
A interação com botos é a atividade mais conhecida da região, fascinando turistas do mundo inteiro. Com autorização dos órgãos responsáveis, a interação é feita com controle alimentar para não prejudicar o desenvolvimento dos animais. Todas as atividades são acompanhadas por guias bilíngues e nativos da região.
Saindo do Porto. Todos os passeios desse dia foram feitos de barco ao longo do percurso do Rio Negro |
Os botos são selvagens e nem sempre poderão aparecer aos visitantes. Para não afugentar o boto é importante não passar protetor solar ou qualquer outro produto na pele.
Os botos adultos tem a coloração rosa e os bebês são cinza. Na época da seca eles podem ser encontrados nos leitos dos rios e na época da cheia eles vão para os igapós (floresta inundada).
Os botos quando aparecem para comer os peixes, que são dados pelo instrutor, ficam perto de nós o tempo todo, as vezes batem em nossas pernas procurando por peixes. Mas só mesmo o instrutor é que pode alimentá-los, pois eles são grandes, pesados e fortes.
A experiência é realmente incrível e recomendo, desde que feita da forma correta e que não prejudique esses animais tão lindos.
Estado de felicidade pura!
Muitas lendas do folclore brasileiro tem como cenário a Amazônia. Uma dessas lendas é a do boto cor-de-rosa.
VISITA A ALDEIA INDÍGENA
Fica a dica: quem tem preconceito ou não respeita o índio, seu povo, costumes, não deve fazer esse passeio.
Visitamos a aldeia indígena Tuyuka, na Reserva de Tupé, localizada às margens do Rio Negro, em uma área acessível apenas por barco.
Dentro da oca, recebemos as boas-vindas enquanto os visitantes se acomodavam nos bancos feitos de troncos de árvores. Depois disso, um dos índios contou brevemente a história da tribo Tuyuka.
Depois da apresentação, deram início a um breve ritual no qual os índios tocavam instrumentos feitos por eles mesmo, cantavam músicas indígenas e dançavam. Todos eles estavam com os corpos pintados, usavam cocar e adornos feitos de sementes, pedras e dentes de animais. Uma rápida amostra. No final, todos foram convidados a dançar.
Nas aldeias os índios preservam o costume das comemorações. Para cada data festiva há um tipo de dança específica e alimentação para celebrar o momento.
Fomos convidados a partilhar de um pequeno banquete exótico, onde foram servidas espécies de peixes, com farinha d’água, formigas e goró de coco.
A alimentação indígena é uma grande representação cultural. Os alimentos que eles tiram diretamente da terra são ricos em vitaminas, sais minerais e livres de agrotóxicos. Com as atividades do dia a dia e uma boa alimentação, os índios tem uma vida saudável e longe dos riscos da atualidade, como obesidade e sedentarismo.
A cultura indígena esta diretamente ligada a cultura e culinária brasileira. Entre outros alimentos que consumimos que também fazem parte da culinária indígena estão a mandioca, batata, milho, inhame, frutas, peixes.
Conhecemos um pouco dos costumes da etnia. A atmosfera do local é incrível, dá para sentir como os índios sentem orgulho dos seus costumes e como gostam de apresentá-los aos visitantes.
Pinturas indígenas apresentam a identidade de cada etnia
Pinturas corporais indígenas são atrações aos visitantes |
Mesmo sofrendo influência de outras culturas o povo indígena preserva seus costumes mantendo vivas suas tradições.
Nessa rápida visita tivemos um aula com os índios: aula de respeito pela sua maneira de viver e se alimentar, conhecemos sua história, suas habilidades e seu conhecimento da natureza.
RESTAURANTE FLUTUANTE
Esses restaurantes mantém a tradição dos sabores ribeirinhos. É possível experimentar vários pratos amazônicos e diversos tipos de peixes, como o matrinxã, o tambaqui, pirarucu, o tucunaré, pacu, além do pato ao tucupi; a moqueca amazônica cremosa, com jambu, baião de dois, banana frita, frutas e muitos outros sabores.
PRIMEIRA TRILHA NA FLORESTA
Nessa trilha o guia nos mostrou diversas árvores e plantas.
Também fomos surpreendidos por moradores ribeirinhos, que colocavam nos nossos braços, com a nossa permissão, vários bichos, como a preguiça, jacaré e cobra.
Apesar de sabermos que não é uma atitude certa, pois se trata de um tipo de privação de liberdade dos animais silvestres, foi difícil conter a curiosidade e interagir com eles.
O guia alertou que essas pessoas, com animais silvestres, estão ali, com o claro intuito
de ganharem gorjetas em troca de fotos dos turistas com os animais. Não fazem parte de qualquer empresa que vende passeios em Manaus.
PESCA DO PIRARUCU
Para pescar pirarucu os ribeirinhos preparam varas de madeira com peixes amarrados em uma corda, que servem de isca. Na verdade, não é uma pesca, pois colocamos a isca e apenas alimentamos esses peixes enormes.
O Pirarucu é um peixe gigante que pode medir até 2m e chegar a pesar 200kg. Seu nome deriva de duas palavras em tupi: pirá que significa peixe, e urucum que significa tintura (por causa da sua calda vermelha). É considerado um dos maiores peixes de água doce do mundo.
ENCONTRO DAS ÁGUAS
Um dos cenários naturais mais privilegiados de Manaus é o encontro das águas escuras do rio Negro com as águas barrentas do rio Solimões. Os dois rios correm paralelos, sem se misturar, por alguns quilômetros. O fenômeno acontece devido à diferença de densidade, temperatura e velocidade das águas dos dois rios. O espetáculo é pura emoção. Afinal, é da união desses dois gigantes que nasce o Amazonas.
FESTA CULTURAL DO BOI BUMBÁ
Os bois Caprichoso (dizem que é o da elite) e Garantido (o do povão) dividem a torcida da cidade em azul (Caprichoso) e vermelho (Garantido). Embora o festival mais tradicional do País seja o da vizinha cidade de Parintins, os manauaras são apaixonados por essa manifestação folclórica.
Festa do Boi no complexo turístico de Ponta Negra em Manaus |
Rítmos e danças que retratam a Amazônia. Expressões fortes de uma identidade cultural marcada pela herança indígena e valorização da natureza. |
4º Dia
MANHÃ DE DOMINGO EM MANAUS
DOMINGO É DIA DE FEIRINHA
Aos domingos tem feira na Av. Eduardo Ribeiro, atrás do Teatro Amazonas. Começa as 7h e acaba as 14h. Também nessa feira tem a área de alimentação, onde as pessoas podem toma café da manhã ou lanchar.
Preservação até mesmo no centro de Manaus. Árvores sempre deixam a estética da cidade mais bonita. |
MUSA
Fica um pouco afastado do centro, mas vale a pena conhecer. Tem opção de visita com ou sem guia. Tem exposições sobre a cultura e costumes indígenas, borboletários, serpentes, vitórias-régias, peixes...
Ninhos do Tecelão |
Tipiti - usado para espremer a massa da mandioca ralada, liberando pouco a pouco o líquido tóxico |
Vitórias-Régias |
As várias fases da flor da vitória-régia |
O ponto alto é a torre de 42 metros, onde podemos ter uma vista incrível da Floresta Amazônica.
No tronco da árvore um ninho de formigas Tapiba. |
Formigas que camuflam o cheiro humano. Os índios cobrem os seus corpos dessas formigas e depois as amassam, fazendo com que o cheiro das formigas fique impregnado nas suas peles e com isso eles não sejam percebidos pelos outros animais.
Informação importante |
Árvores que sustentam as trepadeiras lenhosas ou cipós |
MUSEU SERINGAL
O Museu do Seringal está localizado no Igarapé São João em Vila Paraíso.
A única forma de chegar ao Museu do Seringal é de barco e a viagem até lá é um passeio maravilhoso, passando por lindas paisagens, muito verde e a imensidão do Rio Negro.
Os barcos saem da Marina do Davi, na Praia de Ponta Negra. São cerca de 25 minutos de viagem e o barco vai parando em vários pontos para desembarque de passageiros.
Marina do Davi |
Praia da Lua. As praias do Rio Negro são como praias de mar. |
Chegando no Museu Seringal |
Pélas de borracha |
A maioria dos seringueiros eram nordestinos que fugiam da seca pensando que o seringal era a solução dos seus problemas e iludidos de que enriqueceriam aqui. Mas a realidade era totalmente diferente. Eles já chegavam endividados pelos gastos da passagem, alimentação e moradia e tinham que trabalhar muito para pagar a dívida, que só aumentava a cada dia, num sistema análogo à escravidão.
O Museu do Seringal foi construído para ser o cenário do filme ‘A Selva’ e reproduz fielmente um seringal que existiu de verdade em Humaitá, no Amazonas.
Cenário da casa que serviu para as filmagens "A Selva"
O ciclo da borracha teve seu fim após algumas mudas de seringueiras terem sido contrabandeadas por um inglês e plantadas na Malásia. A partir de 1912 as primeiras mudas começavam a dar produção e o mundo recebia então uma borracha muito mais barata do que a nossa.
Conhecer o Museu Seringal foi como uma viagem aos áureos tempos do Ciclo da Borracha além do conhecimento do modo de vida dos trabalhadores do seringal.
Sempre aos pés do Teatro Amazonas, no final de cada passeio, tomávamos nosso "bálsamo" para recarregar energia. |
PRAIA DOURADA
Acessível via Estrada do Turismo, meio caminho entre o Aeroporto e a Ponta Negra, o local é formado por praias do Igarapé do Tarumã, afluente do Rio Negro.
Final do dia na Praia Dourada em Manaus |
Bar flutuante na Praia Dourada |
5º Dia
CACHOEIRAS de PRESIDENTE FIGUEIREDO
Município vizinho de Manaus, a uma distância aproximada de 107km, a cidade de Presidente Figueiredo possui diversas cachoeiras catalogadas, além de grutas. A água é da cor de caramelo, ou cor de coca-cola.
Na estrada |
Na trilha para as cachoeiras. Caminhada ao som de pássaros e um cheiro de mato. |
Grutas |
Caverna Palácio do Galo da Serra.
As cachoeiras e grutas de Figueiredo se distinguem de outras. As grutas pelas paredes de arenito e as cachoeiras de águas negras em meio à maior floresta do mundo.
Cachoeira Iracema, no coração da Floresta Amazônica |
Raridade da flora |
Presidente Figueiredo, representada pelos símbolos: índio, cupuaçu, tipiti, onça e peixe. |
Cachoeira do Santuário |
Água cor de caramelo ou cor de coca-cola como dizem... |
6º e 7º DIA
SELVA
Ir a Manaus e não conhecer de perto a Floresta Amazônica é como ir a Roma e não ver o Papa.
Uma forma de conhecer o coração verde do Brasil é se hospedar no meio da Floresta Amazônica. Tem muita planta, árvores, jacarés, botos nadando livremente, piranhas, macacos, preguiças, cobras, muitas aves.... tudo vivendo em harmonia. O Sidney nos acompanhou durante todo o tempo.
Saímos de Manaus e fomos até o município de Iranduba, onde o seu Jacaré nos esperava com sua canoa para começarmos a viagem até a sua pousada.
Entre as atividades na selva é ver o por do sol em uma praia formada pelo Rio Negro, interagir com botos, fazer trilha na floresta, ver o guia pegar o jacaré durante a focagem, assistir o nascer do dia, pescar piranha, conhecer um pouco das árvores e outras plantas, além de provar a culinária local.
Para chegar na Pousada Jacaré, saímos do município de Iranduba, navegamos pelo Rio Ariaú e depois entramos no Rio Negro.
O uso da canoa, é devido o período da baixa das águas do Rio Ariaú, o que impede a navegação de barcos maiores.
Casas flutuantes. Muito comum na Amazônia. |
Casas de caboclos |
Período de baixa no nível das águas do Rio Ariaú
Parada para início da primeira trilha do percurso |
A primeira trilha na mata foi durante a viagem de canoa. Valeu a pena conhecer a Samaúma ou Sumaúma.
SAMAÚMA a Mãe de todas as Árvores
Essa árvore consegue retirar a água das profundezas do solo amazônico e trazer não apenas para abastecer a si mesma, mas também pra repartir com outras espécies. De crescimento relativamente rápido, pode alcançar os 40 metros de altura, e o seu tronco é muito volumoso, até 3m de diâmetro.
Sementes ao chão gerarão novas árvores |
Formigas vermelhas... não sabemos a espécie |
Pupunheira |
Samaúma ainda jovem |
Mamífero tem hábitos diurnos e dieta alimentar variada. É natural da região amazônica e ocorre em florestas tropicais, savanas e manguezais.
Muitas aves ao longo do rio |
Saímos do Rio Ariaú para começar a navegar no Rio Negro |
Os caboclos ainda pescam com flechas, como os índios. |
Do Rio Negro avistamos uma ilha que faz parte do Arquipélago Anavilhanas |
Praias de areia branca que se formam no percurso do Rio Negro. As praias são como as de mar. |
Chegando na Comunidade de São Tomé (formada por 12 famílias) |
POUSADA DE SELVA JACARÉ
Localizada a 80 km de Manaus na margem do Rio Negro, a Pousada Jacaré ficou conhecida nacionalmente por ter sido destaque no programa do Luciano Huck. Representa uma parte da economia da comunidade São Thomé, comunidade que pertence ao município de Iranduba. Sua localização é privilegiada por estar às margens do maior rio de águas escuras e doce do planeta, o Rio Negro, próximo ao arquipélago de Anavilhanas.
Toda construída em madeira, estilo rústico, seguindo o modelo das casas dos moradores da floresta, varandas com redes, quartos com banheiro privativo, ar-condicionado.
Pousada do Jacaré na Comunidade de São Tomé |
Vendo essa varanda, como não lembrar da música de Marisa Monte:
♫♬ Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão ♪
Restaurante da Pousada Jacaré |
Possui uma arquitetura peculiar da floresta para quem procura de fato se sentir um caboclo da Amazônia .
A pousada do seu Jacaré é um ambiente familiar, pessoal muito hospitaleiro, fizeram de tudo para nos agradar com passeios maravilhosos e comida muito boa. Uma experiência na selva incrível!
Casa na árvore |
A tarde fomos de canoa até uma prainha para tomar banho no Rio Negro |
Mesmo com uma parte da floresta sendo destruída pela queimada, o sol nos presenteou com esse lindo fim de tarde.
Momento único, imagem arrebatadora na Amazônia |
A paisagem impressiona!!!! De um lado do rio o sol se ponto, o dia acabando, e do outro lado a lua, a noite chegando
Fim de tarde inesquecível... fotos e fotos para recordar de bons momentos.
Partindo para a focagem de jacarés |
Natureza exuberante, arrebatadora
A noite chegando na Mata Amazônica
FOCAGEM DE JACARÉ
A focagem de jacaré acontece na parte da noite.
O seu Jacaré (dono da pousada) pegou um filhote de jacaré-tinga para nos mostrar, depois devolveu ao rio. Os machos podem chegar até 1,8m e as fêmeas a 1,5m de comprimento. Tinga, em tupi, quer dizer branco.
Os pontos vermelhos na foto, são os olhos dos jacarés |
Estávamos em três visitantes, mais o guia e o seu Jacaré. Não houve agitação no barco e felizmente o silêncio do grupo prevaleceu para entender bem esse momento tão mágico que é ver o céu de estrelas, a lua cheia sobre nossas cabeças e a conversa dos animais na mata. Ouvimos só a natureza e nenhum som de vozes humanas.
O nascer de mais um dia na Floresta Amazônica
O espetacular nascer do sol na Amazônia... sol vermelho |
O sol começando a despontar. Havia algumas nuvens, mas nada que atrapalhasse.
Interação entre o sol e o rio |
Depois de presenciar o nascer do sol na Amazônia, um momento ninfas da floresta, com a alma leve e repleta de energia positiva. |
As plantas na Pousada do Jacaré
Castanheira |
Castanhas |
Cajú |
Partimos de canoa para mais um passeio na selva. No percurso, várias imagens que fazem parte da rotina da comunidade.
Casa flutuante |
Rotina dos caboclos da comunidade São Tomé |
TRILHA NA SELVA
As trilhas impactam pelas dimensões das árvores e a sensação de estarmos num dos ambientes mais inóspitos do planeta. O guia Sidney e o Jacaré, paravam com frequência diante de algumas plantas especiais que encontrava pela frente. Árvores, cipós, folhas, etc., e nos dava uma aula sobre as propriedades medicinais das plantas.
Pequenas clareiras no meio da mata |
Seu Jacaré explicando sobre as plantas |
Gostaria de lembrar do nome de tantas árvores que encontramos na trilha... mas é impossível... muitas árvores medicinais, samaúmas, seringueiras...
Germinação de sementes |
Depois da trilha na mata, um novo encontro com o boto
Mais uma pesca de "faz de conta" do Pirarucu |
Praia de areia branca |
Um jacaré adulto no Rio Ariaú |
PESCA DA PIRANHA
Além da pescaria você desfruta da paisagem, sons, cheiros da mata e árvores curiosas. As piranhas após pescadas, são devolvidas ao rio.
Detalhe da raiz da árvore |
Chegamos ao fim desse passeio... muitas lembranças ficarão registradas na memória para sempre.
Despedida de Dona Nair (dona da pousada)
Momento despedida |
Conhecer um pouco da selva é um PRIVILÉGIO ENORME. Não pense duas vezes se resolver passar dois ou mais dias na selva. Vale muito a pena. Falo isso com garantia.
No aniversário de Manaus, além de várias programações, um Tributo a Renato Russo no Largo São Sebastião, aos pés do Teatro Amazonas.
Programação Cultural no Largo São Sebastião: Tributo a Renato Russo |
8º Dia
CITY TOUR
RELÓGIO MUNICIPAL - relógio suíço autêntico
Descendo a Avenida Eduardo Ribeiro, em direção ao Cais do Porto, encontramos o Relógio Municipal. Instalado em 1927, foi encomendado a uma relojoaria suíça.
Compõe a paisagem arquitetônica da praça XV de Novembro, mais conhecida como praça da Matriz.
Antigo prédio dos Correios, no centro de Manaus |
PRÉDIO DA ALFÂNDEGA
De 1906, está situado na área do Porto de Manaus. É também um dos marcos dos tempos áureos da borracha. O prédio foi pré-fabricado com materiais importados de Liverpool, na Inglaterra, e veio desmontado em blocos e montado em Manaus.
MERCADO ADOLPHO LISBOA
O mercado reflete sempre a alma da cidade: seus aromas, cultura, gastronomia. O de Manaus, além de tudo isso, ainda oferece uma arquitetura muito bonita e histórica.
Por suas alas tem artesanato, frutas, especiarias, ervas, peixes... Lugar muito bom para conhecer mais da cultura ribeirinha. Além de restaurantes que servem pratos regionais com preços acessíveis. Destaque são as balas (bombons) de cupuaçu e castanha.
Fica em frente ao porto, de onde saem barcos para inúmeras cidades amazonenses e até para o Pará.
O Mercado Municipal Adolpho Lisboa, é uma construção super bonita do século XIX. Seus pavilhões são enormes, totalmente construídos com ferro que vieram de Glasgow, na Escócia. Dizem que ele foi inspirado no Mercado Municipal de Les Halles, em Paris e também na Galeria Vittorio Emanuele em Milão.
O que se encontra no mercado:
Castanhas |
Tucumã sendo preparado para venda |
Castanha do Brasil |
Escamas de Pirarucu |
Da esquerda para a direita: Sapucaia, Castanha do Brasil e Cupuaçu |
Castanha-Sapucaia |
Carrancas da Amazônia |
O Palacete Provincial é um belo conjunto arquitetônico onde funcionam alguns museus de entrada gratuita, como Pinacoteca, Numismática, Museu de Imagem e do Som, Museu Tiradentes e Arqueologia.
Palacete Provincial, inaugurado em 1875 |
Coreto da Praça Heliodoro Balbi |
PAÇO DA LIBERDADE
Paço da Liberdade - tudo em seu entorno foi construído em cima de uma cemitério indígena |
Seringueira no Paço da Liberdade |
MUSEU DA CIDADE DE MANAUS
Ao completar 349 anos em 24 de outubro de 2018, Manaus ganhou o primeiro museu de resgate à sua identidade no Paço da Liberdade. Com exposições modernas e interativas.
No Paço da Liberdade, e na praça, diante do Museu da Cidade, encontra-se um extenso sítio arqueológico. Durante escavações, realizadas em 2003, nele foram encontradas urnas funerárias, como a que se vê na foto abaixo, datadas entre os séculos VII a XII.
Urna funerária indígena |
MUSEU CASA EDUARDO RIBEIRO
Casa do ex.governador Eduardo Ribeiro, filho de escrava com português e considerado o maior transformador da capital amazonense. Está localizado atrás do Teatro Amazonas.
Um grande visionário, que muito fez pelo Amazonas e em especial pela cultura. Exemplo disso, é o legado que nos deixou, como o Teatro Amazonas, início das obras do Palácio da Justiça, a Ponte de Ferro, o reservatório de Mocó e tantas outras benfeitorias para Manaus.
Apesar de negro ele era retratado como branco. Nunca se casou ou teve filhos e até hoje não foi esclarecida sua morte. Sua casa, felizmente, foi restaurada e objetos de época ilustram os ambientes e contam a história do ex-governador.
Eduardo Ribeiro, além da autonomia que tinha para tomar decisões e também empréstimos, fez do projeto um ideal para a cidade. Hoje o Teatro Amazonas é o principal cartão postal de Manaus |
O jovem coronel-engenheiro Eduardo Ribeiro governou o Amazonas durante a nascente República, de 1892 a 1900. Sonhou com uma Manaus imensa, urbanizada e próspera, como uma Paris dos Trópicos.
TEATRO AMAZONAS O SÍMBOLO MAIOR DO CICLO DA BORRACHA
Se o teatro já é belo por fora, por dentro ele é extraordinário.
Fotos do interior do Teatro Amazonas
Hall de entrada |
Em frente ao palco do magnífico Teatro Amazonas |
O Teatro Amazonas foi construído com materiais trazidos da Europa. Do Brasil, apenas o jacarandá foi usado no piso e nas cadeiras.
Camarotes do Teatro |
As pinturas importadas do teto foram feitas intencionalmente para lembrar a Torre Eiffel, de Paris, como se ao entrar na sala o visitante estivesse contemplando o monumento parisiense de baixo.
Máscaras em homenagem a famosos compositores clássicos e dramaturgos
MUSEU DO ÍNDIO
O Museu do Índio preserva mais de 2 mil peças de 5 etnias da Amazônia: Tukano, Tikuna, Banivwa, Yanomami e Xavante.
Os visitantes estrangeiros são a maioria.
O Museu do Índio é considerado um dos maiores lugares do Brasil dedicado a história indígena.
Os visitantes estrangeiros são a maioria.
Canoa inteiriça, construída em um tronco de árvore escavado |
Cerâmicas |
As salas são divididas pelos temas: organização social, cerâmica,
trançados, usos e costumes, ritos, músicas e danças e memória.
Algumas das peças expostas no museu são peças centenárias e foram doados
por arqueólogos e indígenas. Outros objetos expostos são originalmente feitos por
indígenas das tribos do Alto Rio NegroInstrumento sonoro de madeira, usado na comunicação com outras tribos |
O Museu do Índio é considerado um dos maiores lugares do Brasil dedicado a história indígena.
Redes de Pesca |
Flautas de osso |
O ritual fúnebre consiste em uma cerimônia de danças onde o morto é colocado dentro da sua canoa e celebrado pelos outros integrantes da tribo. É um ritual onde a morte é celebrada alegremente. Logo após, o corpo dentro da canoa é deixado no rio para ser levado pelas águas.
Máscaras Fúnebres |
Visitar um museu é uma das atividades mais ricas que podemos ter. Nesses espaços conhecemos mais da história e aprendemos a valorizar melhora a cultura, a comunidade e os pesquisadores. Todo acervo é vital para memória e preservação da identidade de um povo.
PALÁCIO DA JUSTIÇA
Inaugurado em 1900 é considerado Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas |
A despedida de Manaus, horas antes de embarcar |
OS SABORES DA AMAZÔNIA SÃO UMA ATRAÇÃO À PARTE
Dizem que não existe melhor jeito de conhecer a comida típica de um cidade senão nas suas ruas.
Então, um dos melhores tacacás da cidade é o da Gisela.
Tem sua barraca no Largo São Sebastião,
em frente ao Teatro Amazonas. O caldo,
servido em cuias, é feito com tucupi (caldo da mandioca), camarão, goma de mandioca, jambu.
Tacacá |
O lanche mais típico é o “x-caboquinho”, quase uma “instituição manauara”:
X-Caboquinho (Pão com tucumã, queijo coalho e banana-terra) e os guaranás Baré e Regente |
Matrinxã Recheado |
Arroz cremoso com pirarucu seco e castanhas |
Arroz Amazônico: Camarão, arroz, tucupí e jambu, |
Purê Amazônico (purê de banana e macaxeira), arroz com tucumã |
Tucumã |
O melhor abacaxi do Brasil que provei... menos ácido e mais doce de todos é o da Amazônia |
Cerveja artesanal. Made in Amazônia |
Pato no tucupi com espaguete na manteiga e jambu / bolinho de tambaqui com cupuaçu agridoce e arubé |
Chop artesanal |
Castanha do Brasil |
Chocolate algum sobrevive ao calor dos trópicos. Por essa razão inventaram a bala de cupuaçu, que de fato é um bombom.
Também se destacam os pratos à base de pirarucu, tambaqui e matrinchã. E para saborear as frutas locais: taperebá, tucumã, cajú, acerola, cupuaçu, graviola, abacaxi, maracujá e o açaí. Essas frutas saboreamos em sucos, sorvetes, caipirinhas, guaranás e doces.
Guaraná da Amazônia |
Como resumir a Amazônia em poucas palavras?
A Amazônia é sem dúvida uma das regiões mais fascinantes do Brasil. Oito dias na Amazônia e lembranças para uma vida inteira. Uma das experiências mais enriquecedoras, uma aventura do bem, de boas energias.
Diferente de muitos destinos turísticos, a Amazônia tem uma força muito grande e não há como retornar desse lugar tão especial vendo o mundo da mesma maneira como se via antes
A Amazônia é vital para o mundo e depois de conhecer um pouquinho dela, torço que os ambientalistas e as verdadeiras pessoas que lutam pela preservação da Floresta tenham muita coragem e não esmoreçam jamais. Esperamos que um dia o Brasil saia da lista dos lugares mais perigosos para ativistas no mundo.
Lendo e revivendo.
ResponderExcluirShow de Viagem Rose! Respirar toda essa cultura no pulmão do planeta é um privilégio!
ResponderExcluirTem uma frase que diz que os viajantes viajam três vezes: Quando sonham, quando viajam e quando relembram.
Eu acredito e concordo!
Forte abraço e Vambora!
Show de bola teu comentário, Eduardo!!!!
ResponderExcluirGostei da tua metáfora: "respirar toda essa cultura no pulmão do planeta..." você captou e conseguiu traduzir nessa frase toda a essência de cada parágrafo que escrevi e fotos que postei nessa pág. A Amazônia realmente é "outro Brasil" e nos encanta com suas paisagens e cultura. Basta se entregar ao lugar e enxergar tudo isso com olhos de viajante...
Obrigada e Vamboraaaaaaa!!!
Parabéns!!!seu diarid de bordo está fiel às belezas da Amazônia ,voces realmente aproveitaram "quase"tudo ,quase pq sempre fica faltando algo pra poder ter um gostinho de quero mais né, suas fotos e textos são invejáveis ,inclusive os passeios extras que aproveitaram durante o aniversário da cidade e a baladinha manauara.Obrigado pela confiança.Sidney guia.
ResponderExcluirEu que agradeço você, Sidney, por ter nos guiado tão bem na Amazônia. Sempre muito motivador, atencioso e um excelente profissional nos passeios. Isso nos dá vontade de voltar em Manaus para conhecer o que faltou e também ir no mês da festa do Boi em Parintins. Vamos manter contato para quando retornarmos você nos ajudar na mediação dos novos passeios. Foi uma sorte grande conhecer você no primeiro dia que chegamos em Manaus e também aproveitar os dias de festejos. A baladinha foi um extra que valeu a pena. OBRIGADA POR TUDO!!!!
ResponderExcluir