Mariana... a primeira capital de Minas Gerais
Fomos conhecer Mariana de trem, um bate-volta.
Mariana foi a primeira capital mineira. Ela nasceu em 1696, devido a exploração do ouro e elevada a cidade em 1745. Hoje chamam a cidade de irmã de Ouro Preto.
O nome Mariana foi uma homenagem à rainha Maria Ana D’Austria, esposa do rei D. João V.
Bancos de madeira |
O trem passa por quatro túneis e o percurso é muito bonito, com duração de uma hora.
Vista do trem a cidade de Mariana |
Estação de Trem de Mariana |
Primeiro ponto foi a Basílica São Pedro dos Clérigos
No alto a Basílica São Pedro |
É uma obra de talha em madeira de qualidade superior, e abriga uma estátua de São Pedro |
Basílica de São Pedro dos Clérigos |
O teto lembra um casco de tartaruga e o fundo se parece com um navio |
Vista da Basílica para a cidade |
Praça Gomes Freire. Praça simpática com coreto. |
No restaurante Rancho, comida típica mineira. |
Igrejas gêmeas |
O grande cartão-postal de Mariana sem dúvida é a Praça Minas Gerais. As igrejas gêmeas, Igreja
Nossa Senhora do Carmo e São Francisco de Assis, são belos retratos da
história colonial, consideradas uma das Sete Maravilhas da Estrada Real. Foram financiadas por famílias diferentes que brigavam para ver quem tinha mais prestígio.
Igreja Nossa Senhora do Carmo |
Na praça
ficam também o Pelourinho e a Casa de Câmara e Cadeia, que hoje abriga a Câmara Municipal de Mariana.
Casa de Câmara e Cadeia |
Pelourinho, onde os escravos eram chicoteados. O original foi destruído em 1871. O atual construído em 1970. |
Em Mariana nasceram personagens importantes da cultura brasileira: o pintor sacro Mestre Ataíde, o poeta e inconfidente Cláudio Manuel da
Costa e os poetas Alphonsus de Guimarães e Frei Santa Rita Durão, autor
do poema “Caramuru”.
Arte Popular em Mariana
Na Casa da Câmara, artesão talhando na madeira anjos barroco |
Atelier em Mariana
Último passeio em Mariana, conhecemos a Mina da Passagem, considerada a maior
Mina de Ouro aberta a visitação do mundo. A descida para as galerias
subterrâneas se faz de modo incomum, através de um trolley, que chega a 315m de
extensão e 120m de profundidade.
O cenário do interior da mina impressiona a todos. Desde a sua fundação
no início do século XVIII, foram retiradas aproximadamente 35 toneladas
de ouro.
Descida de trolley para as galerias subterrâneas |
Esse é o mesmo trenzinho que os trabalhadores usavam para se locomover dentro da mina, tem mais de 100 anos, segundo a guia local.
A Mina da Passagem tem esse nome por estar no caminho entre Mariana e Ouro Preto.
É impressionante saber que debaixo dos morros de Mariana tanto ouro foi extraído... e muito pouco ficou no Brasil.
Galerias |
A temperatura é muito agradável, não passa de 20ºC.
Lago Natural com 8m de profundidade |
Uma guia acompanha os visitantes durante todo o trajeto e dá informações sobre o processo de mineração da Mina da Passagem. Desde o século 18, por exemplo, foram retiradas
quase 35 toneladas de ouro só desta mina. Hoje, a exploração não
compensa mais — já que são somente quatro gramas de ouro por tonelada de
pedra.
Nos trilhos do trolley |
Final da tarde, retornando a Ouro Preto |
Em outro roteiro, montado por hóspedes do hotel e por Cláudio (recepcionista e guia da pousada), visitamos novamente Mariana, dessa vez de carro. O convite partiu dos hóspedes, fomos com dois carros, uma viagem muito divertida.
Primeiro fomos a Cachoeira do Brumado, é distrito de Mariana, conhecer a tradição da produção de panelas e outros utensílios em pedra sabão.
Como dizem o mineiros, "pertim" dalí, no quintal da pequena fábrica artesanal, uma cachoeira. Cachoeira que deu o nome ao lugar.
Primeiro fomos a Cachoeira do Brumado, é distrito de Mariana, conhecer a tradição da produção de panelas e outros utensílios em pedra sabão.
O "jeitin" mineiro de fazer panelas |
Como dizem o mineiros, "pertim" dalí, no quintal da pequena fábrica artesanal, uma cachoeira. Cachoeira que deu o nome ao lugar.
Frases para conscientizar |
Depois, vambora pegar a estrada para Mariana.
Ladeiras e casas de Mariana
Do lado da Mina da Passagem, conhecemos um museu com um acervo pequeno, de peças e fotos do Ciclo de Ouro em Mariana.
Na foto, muitas barras de ouro |
Mineradores |
Balança para pesar o ouro |
Tiradentes... atraente e acolhedora
Chegamos no final da tarde em Tiradentes e na praça pedimos informações da localização da nossa pousada. Um charreteiro estava indo na mesma direção e nos guiou.
Tiradente, fundada em 1702...
Tiradentes a noite |
Largo das Forras |
Largo das Forras e a imponente Serra São José, com 1.260m de altura |
Lá vou eu... "pernas para que te quero" |
Nas cidades históricas é comum encontrarmos Passos, ou Passinhos, que
são capelinhas, construídas a partir do ano 1719. Cada um deles retrata um
“passo” diferente da paixão de Cristo. Só abrem na Semana Santa.
O nome da cidade, deve-se ao líder da Inconfidência Mineira.
Tiradentes, bem diferente do Monumento de Ouro Preto. Mais próximo da imagem original. |
A Igreja São João Evangelista, fica no Largo do Sol, próximo à estátua de Tiradentes. É datada de 1760. Segundo contam na cidade, os inconfidentes se reuniam
na casa paroquial, onde hoje é o Museu Padre Toledo, interligado à
igreja por um túnel.
Igreja São João Evangelista |
A Igreja Matriz de Santo Antônio impressiona pela quantidade de ouro: 482 quilos. São seis
altares das laterais, sendo os três mais velhos do ano de 1730. O piso em placas de madeira, chamadas campas, é original. Antigamente os ricos eram
enterrados embaixo da igreja, sob a campa que havia comprado. Somente
depois é que foram construídos cemitérios junto às capelas.
Igreja Matriz de Santo Antônio |
Campas, onde os ricos eram enterrados, dentro da igreja. |
Igreja Matriz Santo Antônio vista da morro da Igreja São Francisco de Paula |
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos: data provável da construção em 1708. As imagens da igreja são de santos negros.
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos |
Igreja São Francisco de Paula |
A Igreja Nossa Senhora das Mercês, estava fechada quando fomos. Dizem que o interior é lindo, com muito dourado e teto da nave com
pinturas de Nossa Senhora das Mercês. Foi construída entre 1793 e 1824.
Igreja Nossa Senhora das Mercês |
A capela Bom Jesus da Pobreza está localizada no Largo das Foras. Presume-se que a capela tenha sido construída em 1771.
Capela Bom Jesus da Pobreza |
O Chafariz de São José de Botas, de 1749, se
destaca por ter similaridade com uma fachada de igreja. A água abastecia os
habitantes e os animais da cidade, além de ser utilizada para lavagem de roupas
Chafariz de São José |
Casa de pedra atrás do Chafariz São José |
No fundo a Serra São José, uma muralha de pura energia. |
A foto fica mais bonita com a rua vazia, sem carros. |
Calçada da época colonial |
Muro da época Brasil Colônia. Feito para durar a vida inteira. |
Calçamento pé-de-moleque e no fundo a Serra São José, que parece abraçar a cidade... |
"Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia
Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso
Café tá quente no fogo
Barriga não tá vazia
Quanto mais simplicidade
Melhor o nascer do dia..."
Casario preservado |
Chico Doceiro é um personagem verídico de Tiradentes |
Flor de Lótus, a mais completa loja de doces de Tiradentes.
Além dos doces, tem cachaças, licores, queijos e pimentas |
Paraíso dos doces |
Foi uma FELIZ opção visitar Tiradentes. Um misto de admiração e encantamento, foi o que
senti enquanto caminhava em suas ruas e descobria seus encantos em cada igreja, casas, ruelas, passos, docerias e até a vista da muralha (Serra São José) que circunda a cidade. É a história do
Brasil ao nosso alcance. A cidade é linda e encantadora.
Você já foi a BICHINHO?
Essa pergunta ouvíamos muito em Tiradentes, então por indicação, fomos lá. Bichinho é um distrito de Prados que fica a 6 km de Tiradentes.
Oficialmente o distrito se chama Vitoriano Veloso, em homenagem a um Inconfidente. Porém as placas indicam Bichinho. E a
origem do carinhoso apelido é curiosa: num passado distante, o
caminho de Tiradentes pra lá era difícil e todo mundo que caía na aventura
acabava com bicho-de-pé.
Em suas ruas, tem muitas lojinhas de artesanato e até uma casa torta. A rua principal parece não ter fim...
Um estranho no ninho...kkkk |
É o lugar ideal para garimpar peças diferentes de artesanato.
Casas de pau a pique são comuns em Bichinho |
Igreja Nossa Senhora da Penha |
Retornando a Ouro Preto, pegamos o trajeto mais curto, pela Estrada Real, no Caminho Velho, ou seja, estrada de chão. Foi diferente e até divertido passar por essa estrada.
Marco da Estrada Real, um sinal para quem percorre esse Caminho Velho. |
Um antigo carro de bois com roda de madeira. São as surpresas de Minas.. |
Chegando em Prados |
Na volta, seguindo outra indicação, fomos provar o rocambole de Lagoa Dourada... lá se fabricam os melhores rocamboles do Brasil. Realmente, o de lá é divino!
Vagões com minérios, muito comum nessa região |
O que não é comum: uma serra sendo dizimada, na extração de minérios |
A extração é intensa, e as serras e morros ficam devastados... são recursos naturais não renováveis e as empresas abandonam esses morros totalmente desfigurados, com linhas que nada lembram as características originais.
Em nome do dinheiro: devastação sem recuperação e os resultados dos impactos ambientais são alarmantes... |
A beleza das serras que ainda não foram exploradas...
Chegando em Ouro Preto...
O tempo em Minas ajudou bastante os dias que passamos por lá. Tivemos tempo firme, dias de sol, até nublado, porém não choveu, clima agradável e muita sorte, o que favoreceu cada dia de passeio, viagens e caminhadas.
E agora, aquela musiquinha rimada que faz todo sentido para quem conhece Minas Gerais:
“Oh, Minas Gerais... Quem te conhece não esquece jamais. Oh, Minas Gerais.”
E... quer conhecer um mineiro? Então leia o poema...
"Uai... E num é que esse trem ficou bondimais" |
http://rosmarischelle.blogspot.com.br/2016/11/ouro-preto-eta-trem-bao-demais-so.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário