alter do chão

sábado, 5 de novembro de 2016

Ouro Preto - "êta trem bão demais sô!"

O quanto de história essa cidade carrega!

Saindo dos livros de História e do que ouvimos em documentários de TV, principalmente no dia 21 de abril quando se comemora o dia de TIRADENTES, eu e a Daia tivemos essa experiência "in loco", do que foi a realidade brasileira nos séculos XVII e XVIII em Minas Gerias.


Do Morro São Sebastião a vista da Praça Tiradentes



Saimos de Porto Alegre com destino a Belo Horizonte. Viagem tranquila  pela GOL, escala em Campinas - SP e chegada no horário previsto na capital mineira.



Um dia ensolarado e quente em Belo Horizonte... Pegamos transfer a Ouro Preto, viajamos mais 100km, até chegar na cidade histórica.

Um pouco da sua história:
Implantada nas encostas de um estreito e sinuoso vale, a cidade histórica de Ouro Preto originou-se do processo de agregação de diversos arraiais de garimpo de ouro, ali estabelecidos no final do século XVII e início do XVIII. Fonte: http://portal.iphan.gov.br

Declarada Monumento Nacional em 1933 e tombada pelo Iphan em 1938 por seu conjunto arquitetônico e urbanístico, foi declarada pela Unesco como patrimônio mundial em 5 de setembro de 1980, sendo o primeiro bem cultural brasileiro inscrito na Lista do Patrimônio Mundial. Fonte: http://portal.iphan.gov.br

A riqueza das jazidas da região explica a primeira denominação, Vila Rica, bem como sua designação, em 1720, para capital da Província das Minas Gerais, criada pela Coroa Portuguesa para administração daquele território. Fonte: http://portal.iphan.gov.br

Principal cidade do denominado Ciclo do Ouro, Ouro Preto, além de ter sido o berço de artistas, responsáveis pelas mais significativas obras do barroco brasileiro, foi também o cenário do movimento pela independência do Brasil em relação a Portugal, chamado de Inconfidência Mineira, cujo mártir, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, tornou-se o patrono cívico do país. Fonte: http://portal.iphan.gov.br

O nome Ouro Preto foi adotado em 20 de maio de 1823, quando a antiga Vila Rica foi elevada a cidade. Ouro Preto vem do ouro escuro, recoberto com uma camada de óxido de ferro, encontrado na cidade. Fonte: http://portal.iphan.gov.br

Poucas coisas se comparam ao abrir  a janela pela manhã e ver essas imagens:  torres de igrejas e telhados coloniais. Cenários que víamos do quarto da pousada.



Paisagem da Janela

Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal...

Mensageiro natural de 
coisas naturais... 

(Lô Borges e Fernando Brant) 




Primeiro dia em Ouro Preto, fomos a Mariana de trem, viagem contada  nesse blog na postagem de Mariana - Tiradentes - São João Del Rey e Bichinho.

Segundo dia em Ouro Preto, fizemos o roteiro a pé, subindo e descendo as ladeiras da cidade.



IGREJAS   E     CAPELAS

São muitas as igrejas e capelas... para conhecer as principais ou as mais comentadas, são necessários dois dias. O ingresso para entrar nas igrejas vai de R$2,00 até R$10,00.

Primeira igreja visitada, próxima a nossa pousada, foi a Igreja Nossa Senhora da Conceição, onde está enterrado Aleijadinho, o Antonio Francisco Lisboa (1730 a 1814) - escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial e seu pai Manoel Francisco Lisboa que projetou a obra.
A igreja Nossa Senhora da Conceição demorou 19 anos para ser construída e teve sua finalização no ano de 1746. 
Igreja Nossa Senhora da Conceição




A Capela de Nossa Senhora das Dores e Calvário, foi constituída em Ouro Preto, no ano de 1768. Seus fundadores eram portugueses.
 
Capela Nossa Senhora das Dores e Calvário


Igreja de Santa Efigênia, construída em 1736, merece uma atenção histórica  por tratar-se da  Igreja de Chico Rei, rei Africano trazido ao Brasil na condição de escravo. Conta a história que foi Chico Rei, escravo alforriado, devoto da Santa Efigênia, quem mandou erguer um templo em culto à santa... uma igreja no alto do morro para ser vista por todos. 
Segundo a história local, a igreja foi edificada com o ouro da Mina de Chico Rei, ela possui algumas curiosidades, uma delas é a pintura do teto que tem um papa negro, desejo ainda não realizado em pleno século XXI.
Igreja de Santa Efigênia





Igreja Matriz do Pilar é de grande relevância Nacional, não somente por toda riqueza existente em sua obra (a matriz é a segunda mais rica do Brasil), mas por possuir um dos mais completos arquivos documentais de Ouro Preto, o arquivo da Matriz, com documentações e registros importantes para a compreensão e estudo da história dos tempos áureos brasileiros. A matriz abriga o Museu de Arte Sacra, que reúne artefatos religiosos, peças sacras, prataria e vestimentas utilizadas em celebrações solenes de Vila Rica.

 Infelizmente é proibido tirar fotos no interior das igrejas de Ouro Preto.
Igreja Matriz do Pilar, inaugurada em 1733 é a 2ª igreja mais rica do Brasil


Uma curiosidade: o termo, que significa fingida inocência, vem da época do Brasil Colonial. Um dos artifícios para burlar o rígido controle dos fiscais da Coroa Portuguesa, era contrabandear ouro em pó e pedras preciosas, dentro de estatuetas ocas de madeira, representando a Virgem Maria. Desta forma os mineradores escapavam do pagamento de pesados impostos. As estatuetas usadas com essa finalidade, passaram a ser conhecidas como santinhas do pau oco.

A Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em estilo rococó reúne na composição de seu santuário trabalhos de diversos artistas, entre eles Manoel da Costa Athaíde, o pintor italiano Ângelo Clerici, Antonio Francisco Lisboa e José Pereira dos Santos. Um destaque especial da obra está nos trabalhos do mestre Athaíde que desenhou no ano de 1813 o altar-mor, além dos dez painéis de azulejos, um dos poucos encontrados em Minas Gerais.
A Igreja possui em anexo o Museu do Oratório, e um cemitério. A planta é de Manoel Francisco Lisboa. Trata-se de um dos últimos trabalhos do artista, que morreu em 1767. 



Igreja de Nossa Senhora do Carmo



Igreja Nossa Senhora do Carmo 


A Igreja Nossa Senhora das Mercês (Mercês de Cima)  teve inicio no ano de 1773. Vários foram os artistas na execução dos trabalhos, entre eles Aleijadinho.

Igreja Nossa Senhora das Mercês (Mercês de Cima)

Ornamentação de Aleijadinho, no medalhão da Igreja.

 O medalhão de ornamentação que está localizado em sua portada merece uma atenção especial, pois apresenta características atribuídas ao Mestre Aleijadinho.


A Igreja São Francisco de Paula foi construída no alto do Morro da Piedade. É a igreja barroca de Ouro Preto de construção mais recente. Possui uma excelente vista panorâmica da cidade, um verdadeiro cartão postal.
A data de início de sua construção é de 1804 e seu término se deu no ano de 1898. Especula-se que o grande tempo que durou sua obra foi devido a falta de recursos.
Um grande destaque da Igreja é uma imagem de São Francisco de Paula, obra de Aleijadinho.


Igreja São Francisco de Paula




A Igreja São José possui apenas uma torre, construída entre 1753 e 1811. A execução do risco do altar mor foi desenhado de graça pelo Aleijadinho, tratando-se do primeiro trabalho registrado em documentos do artista neste campo. Suas características remontam da arquitetura religiosa da segunda metade do século XVIII.
Estava fechada, mas a placa turística informa que no interior da igreja encontra-se o mausoléu com as cinzas do escritor Bernardo Guimarães, autor de “A Escrava Isaura”.



Igreja de São José





















A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, nasceu do trabalho de escravos, para congregação dos negros que não podiam participar das mesmas missas que os brancos.  Está localizada no Largo do Rosário e é considerada por especialistas como a representação máxima da expressão do barroco colonial mineiro.
Não se sabe ao certo qual foi o ano do inicio de sua obra, mas através de documentos sabe-se que no ano de 1762 sua construção encontrava-se bastante adiantada.

Foi nesta capela que Chico Rei (rei africano), surpreendeu Ouro Preto ao aparecer diante da capela com um vestuário extraordinário, e dançou o Congado, dança esta criada por ele.

Há uma enorme diferença entre a estrutura das igrejas feitas para congregação dos brancos e para os negros. Os negros congregavam em igrejas com pouquíssimo, ou nenhum ouro, muito diferente por exemplo da Matriz do Pilar que carrega em sua estrutura 800 quilos de ouro e prata.

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos - destaca-se na paisagem

Possui um traçado circular



Lateral da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

Santos negros no interior da igreja
Igreja belíssima!


Nesse trecho passamos pela Capela do Nosso Senhor do Bonfim, construída no século XVIII, muita simplicidade no seu interior, oposto do que vimos na Matriz do Pilar.


Capela do Nosso Senhor do Bonfim



Na Igreja São Francisco de Assis estão localizadas várias obras de Antonio Francisco Lisboa, incluindo as primeiras obras documentadas de Aleijadinho, enquanto escultor de baixos-relevos em pedra-sabão. Hoje estes trabalhos servem de referência para pesquisadores que estudam as características do estilo do artista.

É considerada uma das 7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. A construção foi iniciada em 1766. Aleijadinho foi responsável  pelo risco geral do prédio, portada, tribuna do altar-mor, altares laterais e capela-mor. São do artista as esculturas da portada e dos púlpitos. Mestre Athaide conferiu excelência artística ao teto, representando a assunção de Nossa Senhora. A arquitetura tem inspiração militar.

Igreja São Francisco de Assis





















Igreja São Francisco de Assis, a Feirinha de artesanato em pedra sabão e ao fundo o Pico Itacolomi

 
Uma noite, tivemos oportunidade de ouvir o artista colombiano Edmar Castañeda, tocando harpa na Igreja São Fransciso de Assis. 



Do Morro São Sebastião a Igreja São Francisco de Assis


A última igreja que visitamos foi a Igreja das Mercês e Perdões (Mercês de Baixo).
Por ter duas igrejas com o nome “Nossa Senhora das Mercês” em Ouro Preto, essa igreja também é conhecida como “Mercês de Baixo”, por conta de sua localização. Foi edificada entre 1740 e 1772.
Igreja das Mercês de Baixo


Dizem que a música Paisagem da Janela, de Lô Borges e Fernando Brant, foi composta em um quarto de hotel com vista para essa Igreja, a Mercês de Baixo. Importante que essa música tem história e nos influencia e nos toca até os dias de hoje.





















Esta pequena capela é um dos Passos da cidade de Ouro Preto. Os passos só abrem no domingo de Páscoa, quando é possível então ver o seu interior. Esta fica na praça da Ponte Seca e tem uma curiosidade: bem em frente fica a casa que pertenceu à filha de Tiradentes. 

Casa onde morou a filha de Tiradentes


Outra curiosidade para entender porque as igrejas eram organizadas dessa forma em Ouro Preto: A coroa portuguesa, diretamente vinculada ao Vaticano, não queria que a Santa Sé soubesse, pelos religiosos, da imensa riqueza encontrada em sua colônia, evitando possíveis reivindicações. A organização social deu-se, portanto, de forma natural. As classes mais abastadas reuníam-se nas duas principais Ordens Terceiras - do Carmo e de São Francisco de Assis - e as dos mais humildes e dos negros congregavam-se em irmandades e confrarias, sendo que a escolha dos seus padroeiros fazia-se de forma lógica, com os mais ricos escolhendo o Santíssimo Sacramento ou as Ordens Terceiras carmelita e franciscana, enquanto que os pardos e negros identificavam-se com Nossa Senhora das Mercês, Santa Efigênia e São Benedito, os mais populares. Fonte: Blog Fatos & Fotos de Viagens


MUSEUS
  
A Praça Tiradentes, antigo Morro de Santa Quitéria, fica no coração de Ouro Preto. As principais atrações da Praça são: Museu da Inconfidência, Escola de Minas, Monumento em homenagem a Tiradentes.
Para conseguir ver tudo que há no Museu da Inconfidência e na Escola de Minas é necessário ao menos uma hora e meia em cada um, e o valor do ingresso é R$10,00.



Museu da Inconfidência
 


O Museu da Inconfidência funciona na antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica. Sua autoria é assinada pelo general Luis da Cunha Meneses, então governador da capitania de Minas Gerais, e por ele foi posto em execução a construção em um ritmo acelerado.
O término da obra se deu setenta anos após o início. No andar superior do edifício funcionou a Câmara e no térreo a cadeia. No ano de 1907 teve seus desígnios modificados tornando-se penitenciária Estadual, e esta situação perdurou até o ano de 1938, quando o então presidente Getúlio Vargas, desejoso de criar um Panteão aos Heróis da Independência, criou o Museu da Inconfidência. Ocasião em que promoveu o repatriamento dos restos mortais dos inconfidentes que morreram em solo africano, e que hoje se encontram em seu interior.
Hoje o museu conta com um vasto acervo de objetos de época, documentos históricos de grande relevância para a história nacional, peças relacionadas com os participantes da inconfidência, como objetos pessoais de Tiradentes, memorial aos Inconfidentes, recibos, comprovantes dos processos de contratação dos serviços de artistas como Aleijadinho, arte religiosa, artesanatos, mobiliário, remontando o universo que permite ao visitante situar-se no ambiente que permeou o Movimento de 1789. Fonte: http://cidademuseu.blogspot.com.br/search/label





Monumento em homenagem a Tiradentes


Logo abaixo do monumento essa placa:

Ignominia, termo latim, que significa vergonha pública grave ou um castigo aplicado, no caso de Tiradentes que teve sua cabeça exposta nessa praça. 


Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas



















Daia no pedestal de Tiradentes

 
No Museu da Inconfidência e ao fundo a Escola de Minas
  
 A Escola de Minas ocupou o antigo Palácio dos Governadores, construído entre 1741 e 1748. Esse museu, na realidade, engloba 7 setores cujos acervos são extremamente ricos. Esses setores são: Mineralogia, História Natural, Metalurgia, Eletrotécnica, Desenho, Topografia e Astronomia. Um verdadeiro banho de informação sobre a formação do universo, de história, geografia, ciências, etc. 
Uma das atrações mais incríveis foi a coleção de pedras preciosas. É uma das maiores coleções de minerais do mundo, abrigando mais de 20.000 amostras de pedras. Encontra-se ainda em exposição o esqueleto do Homem da Lagoa Santa (Homo Sapiens) com datação de aproximadamente 10.000 mil anos. A exposição de Cantaria, também impressiona, pois Ouro Preto se destaca pela quantidade e qualidade de suas obras de cantaria em igrejas, pontes, chafariz, construídos com blocos de quartzito, retirados do atual Parque Estadual do Itacolomi, ou outros materiais, como a pedra-sabão, e que ganham formas nas mãos de mestres como Aleijadinho no século XVIII.


Escola de Minas: Memória Científica



Do Morro São Sebastião a vista da Praça Tiradentes


O Museu Casa dos Contos, é um casarão construído entre 1782 a 1787 para ser a residência de João Rodrigues de Macedo, cobrador dos impostos da Capitania de Minas Gerais.
Serviu para diversos fins, inclusive de cárcere para os inconfidentes, dentre eles Álvares Maciel, Luiz Vieira da Silva, Padre Rolim e Cláudio Manuel da Costa, este encontrado morto em sua cela. Foi sede da Administração Pública da Capitania de Minas Gerais, daí o seu nome Casa dos Contos. Hoje abriga o Centro de Estudos do Ciclo do Ouro, o Museu da Moeda e do Fisco, salas de exposições, além do acesso central ao Parque Horto dos Contos. (Fonte:Guia Cultural, Trem da Vale)
A entrada é gratuita.
 
Museu Casa dos Contos. 
Nessa casa foi encontrado morto, "misteriosamente", o Inconfidente e poeta Cláudio Manoel da Costa.



Balança usada para pesar o ouro

Área externa da Casa dos Contos




Uma visita que valeu a pena foi no Museu Casa dos Inconfidentes,  localizada no morro do Cruzeiro, afastada do centro histórico, em local estratégico com vista magnífica da cidade. Dizem na cidade que várias casas serviram para as reuniões dos Inconfidentes, porém o local mais usado pelos Inconfidentes devido a distância da cidade foi nessa casa. Era propriedade de José Álvares Maciel, capitão-mor de Vila Rica, que se tornou um dos mais ativos articuladores do movimento. A construção abriga até hoje alguns móveis de época.
Casa dos Inconfidentes, vista do alto


Museu Municipal Casa dos Inconfidentes
O local é uma verdadeira aula de história gratuita, e a vista é linda. A história presente em cada objeto, em cada móvel e contada pela guia foi um verdadeiro aprendizado. Valeu a pena a visita para ter a noção do que foi vivido ali na época. 


No porão da casa ficam os objetos usados na época dos escravos.

Liteira


Móveis do século XVIII










Na parte de cima da casa, móveis da época

















FEIRA DO LARGO DE COIMBRA ou FEIRINHA DE PEDRA SABÃO

A paisagem no entorno da feira é belíssima, em frente a Igreja São Francisco de Assis e vista do Pico Itacolomi. A feira não é tão grande, mas há uma variedade enorme de artesanatos feitos com a pedra sabão. Atendimento simpático e gentil.


Feirante e artesão
“Todo mineiro tem um trem de ferro apitando nas veias, uma montanha brilhando nos olhos e uma banda tocando nos ouvidos.”  Jorge Fernando dos Santos















  
CASA DO PAI DE ALEIJADINHO

A casa pertenceu a Manoel Francisco Lisboa, pai do ALEIJADINHO. Por indicação, visitamos essa casa no último dia em Ouro Preto. O casarão de mais de 300 anos se destaca por tentar manter a originalidade do período colonial. 
O atendente, Thales, muito simpático, faz uma visita guiada e nos mostra uma passagem secreta, muito usada da época dos Inconfidentes. Essa passagem dá para outra casa ao lado. 
No final é oferecida uma cachaça artesanal, a Safra Barroca, a qual fica por 3 anos em barril de madeira Mançunga. 
Ainda tem o mascote Baco, um cachorro que interage com os visitantes
A entrada é gratuita.

 
Casa do Pai do Aleijadinho. 

Observe bem: Daia em frente a casa, na janela o cachorro Baco e ao lado no espelho, eu tirando foto...



Móveis e alguns livros da época colonial











Parede de pau-a-pique



Entrada da Casa do Pai do Aleijadinho



Degustação da cachaça Safra Barroca, que mais parece um licor.

Safra Barroca em garrafa de pedra sabão, acompanhada do copinho também em pedra sabão. Um capricho!

Thales, o guia na Casa do Pai do Aleijadinho. Na mesa as diversas versões em garrafa da Safra Barroca


Mais degustação...


 CASA DA ÓPERA DE OURO PRETO - TEATRO MUNICIPAL



Passamos várias vezes por essa casa, do outro lado da rua, porém não nos chamava atenção... nem a placa discreta fixada na casa...  Até que um guia local informou que essa é a Casa da Ópera. No último dia estava aberta para visitação, aproveitamos. Muito interessante pelo seu estilo simples e ao mesmo tempo se torna sofisticado. A entrada é gratuita.






No palco um piano de cauda

























ESTAÇÃO DE TREM


A estação de trem de Ouro Preto é um edifício preservado e localizado numa praça na parte baixa da cidade, onde se embarca no trem da Vale  para a cidade de Mariana. Esse passeio  está registrado nesse blog na postagem de Mariana - Tiradentes - São João Del Rey e Bichinho.

Estação Ferroviária de Ouro Preto

AS ANTIGAS MINAS DE OURO, VERDADEIROS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Ouro Preto possui muitas minas mapeadas e algumas delas são abertas à visitação. A Mina Jeje é datada do século 18 e dela, foram extraídas centenas de quilos de ouro. Os escravos que trabalhavam nas minas morriam com menos de 25 anos, com os pulmões petrificados. 
Mais de um milhão de escravos trazidos da África viveram em Minas Gerais durante o ciclo do ouro. Os escravos construíram a cidade e seus nomes não constam na história, foram heróis anônimos que enfrentaram a escuridão, o ar rarefeito, a fome, os castigos, os açoites para conquistar um fortuna que eles não tinham o direito de usufruir. O metal precioso enriqueceu as famílias portuguesas e tornou a cidade de Ouro Preto, originalmente Vila Rica, famosa. O ouro extraído ali decorou muitas igrejas em Minas Gerais e palácios na Europa.


Entrada da Mina

 Na mina, algumas passagens são tão estreitas que só crianças, filhos de escravos,  conseguiam trabalhar e isso com apenas 5 ou 6 anos. 



Na entrada da mina há uma loja que vende joias, pedras preciosas e semi-preciosas.

A entrada custa R$25,00 e dura aproximadamente 30 a 40min.


Corredores estreitos




Outra mina visitada foi a Mina Du Veloso. Visitar uma mina em Ouro Preto é vivenciar a história e a condição de vida dos escravos - essencial para entender o contexto histórico! A mina é composta de corredores estreitos - não há grandes salões, até porque essas minas foram abertas por mão de obra escrava, sem a ajuda de equipamentos modernos.


Corredores estreitos e baixos. 
Os escravos trazidos ao Brasil, já trabalhavam no continente Africano em minas e esses e seus descendentes eram detentores do conhecimento e técnicas para explorar as minas de ouro, porque os portugueses não sabiam mineirar.























Poços d’água e pequenas valas por onde escorriam filetes de água, usada na mineração.






O nome Mina Du Veloso, é dado por causa do dono da região, José Veloso do Carmo, proprietário de 1761 até 1819. Ele chegou a ter mais de 220 escravos na região.

A Mina fica no quintal de uma loja. Não dá pra imaginar que embaixo de várias residências tem vários tuneis escavados...




Guia Douglas e a foto de como era o local onde está situada a Mina Du Veloso, após o fim da exploração do ouro. Hoje a área é urbanizada.




  CHARMOSAS LADEIRAS DE OURO PRETO E SEUS CASARÕES













Detalhe da construção da casa da esquina... Conjunto de casas geminadas no bairro do Rosário. Construções curiosas.

Em cada casa, em cada ladeira, uma história do século XVIII para ouvir...


 




Casarios históricos do Largo do Rosário




Casarão de 1730 e ampliada em 1830 para servir de Escola Municipal. Única construção civil com azulejos portugueses da cidade. Hoje serve de Pousada.








POR DO SOL EM OURO PRETO


Em frente a Igreja Nossa Senhora das Mercês de Cima, pessoas ficam alí, aguardando o por do sol, além disso, muitos feirantes expõe artesanatos em pedra sabão.







SABORES e AMBIENTES DE OURO PRETO


Os restaurantes e pousadas de Ouro Preto se diferenciam pelo controle da iluminação e boas músicas. Chamou atenção que não há TV nesses ambientes, e claro, foi muito bom aproveitar esses espaços mais tranquilo e de bom gosto musical, com MPB, rock nacional, instrumental... primeiro restaurante que entramos estava tocando Humberto Gessinger, um gaúcho que faz sucesso em Minas Gerais. 
Notei que os ouropretanos gostam de qualidade, apreciam talentos que vivem do que produzem, enquanto alguns lugares do Brasil consomem músicas de artistas que vivem de marketing pessoal ou assessoria de imprensa, com letras que só falam de farra e sacanagem.
 

Cerveja de Minas - Backer 


Frango com quiabo, arroz e angú


No Tenente Pimenta Rock Bar, servem cervejas especiais e chop artesanal, ao som de rock.

















Saboreando, a cerveja Ouropretana, aos pés da Escola de Minas


Restaurante Casa do Ouvidor, a luz de velas


















Sorvete, aos pés do monumento de Tiradentes



Restaurante Conto de Réis, uma antiga senzala que preserva as mesmas paredes e correntes... comida mineira deliciosa e os doces melhor ainda...






Paredes de pedra e móveis coloniais
Café da manhã na pousada Vila Rica.  Paredes de pedra, originais  da  época colonial.



CHAFARIZES

Ouro Preto tem mais de 20 chafarizes que podem ser vistos nas igrejas, nos casarões, nas ruas de pedra e nos monumentos da cidade. Antigamente serviam como fonte de abastecimento de água à população, com o tempo foram desativados e hoje adquiriram status de obra de arte e peças de contemplação
 

Chafariz do século XVIII, fica dentro da pousada Vila Rica

Chafariz do Alto da Cruz ou Padre Faria, de 1757



Próximo a Igreja de Santa Efigência, de autoria de Manuel Francisco Lisboa e busto feminino em pedra-sabão atribuído a seu filho, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Considerado o primeiro trabalho do artista, realizado quando ele tinha apenas 19 anos.



Chafariz da Glória de 1753




Chafariz da Praça Tiradentes

Compõe a fachada do Museu dos Inconfidentes, apresenta a peculiaridade de ter sido inaugurado no aniversário de D. Pedro II. Em sua inscrição, encontra-se a mensagem: “Inaugurado em 2 de dezembro de 1846, 21º Aniversário de S. M. o Sr. Dom Pedro II, por ordem do Presidente da Província Quintiliano José da Silva”.



Chafariz do Passo de Antonio Dias

O Chafariz do  Passo de Antonio Dias e da Glória, se diferenciam apenas pela colocação das pinhas laterais. É assim chamado por situar-se em frente ao Passo.

 
CASA DE MARÍLIA DE DIRCEU
A casa no centro da foto, onde morou "Marília de Dirceu", um romance imortal. Local histórico também pela sua referência literária. 

O local onde morou Maria Dorothea Joaquina de Seixas (Marília) guarda todos os segredos de uma paixão que inspirou o poeta Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu) a escrever o seu próprio romance “Marília de Dirceu”. 
Tomás Antonio Gonzaga, nascido em Portugal, viveu em Ouro Preto (Vila Rica) e era um dos Inconfidentes. O romancista Tomás, com 40 anos, apaixona-se pela jovem Maria Dorothea. Romance proibido pela família de Maria Dorothea. 
No dia 23 de maio de 1789, Maria Doroteia Joaquina de Seixas (1767-1853) foi deixada por, Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), preso por participação na Inconfidência Mineira, e nunca mais tornou a vê-lo.  Maria Doroteia, famosa por inspirar o livro Marília de Dirceu (1792), permaneceu em Vila Rica, hoje Ouro Preto. 
Gonzaga compôs muitas liras para seduzir sua musa, dando a ela o nome poético de Marília e chamando a si mesmo de Dirceu.

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br

Ponte de Antônio Dias, é a única ponte romana existente na cidade, construída sobre o córrego de Antônio Dias. É terceira ponte citada por Tomás Antonio Gonzaga, ficou conhecida como 'Ponte de Marília' ou 'Ponte dos Suspiros'. Construída em 1755.

Também chamada Ponte de Marília ou dos Suspiros

PASSAPORTE ESTRADA REAL

Garantimos dois carimbos no passaporte, um em Ouro Preto e outro em Tiradentes.


O Passaporte da Estrada Real é um documento voltado aos viajantes que querem percorrer os Caminhos da Estrada Real. Esse documento deve ser carimbado nos pontos oficiais e apresentado no final para a retirada do Certificado.

PICO   ITACOLOMI

Ouro Preto não é só Barroco, o Parque Estadual do Itacolomi é uma unidade de conservação, está situado entre os municípios de Ouro Preto e Mariana. 
Não tivemos tempo para conhecer, mas rendeu várias fotos.  









FEIRINHA DA ROÇA

Uma dia em Ouro Preto, fomos surpreendidas pela Feira da Roça...  locamos um carro para ir a Tiradentes e de manhã cedo a feira já estava montada, com as tendas próximas ao carro, o único que ficou estacionado na rua naquela noite... na pousada ninguém avisou que haveria uma feira no dia seguinte. O legal que os feirantes ajudaram a Daia a manobrar o carro. 



 

 Nossa sorte é que os "carros encolhem em Ouro Preto", esse é o dizer dos ouropretanos, devido as ruas estreitas onde mal cabem dois carros.






BELEZA DAS JANELAS TÍPICAS



















 


MIRANTES - OURO PRETO VISTA DE OUTROS ÂNGULOS



Mirante Morro São Sebastião: com acesso pela rua ao lado do Observatório Astronômico, atrás da Escola de Minas, o Morro São Sebastião tem uma subida forte, mas a visão lá do alto compensa.
Mirante São Sebastião


Mirante da Igreja Mercês de Cima: a esquerda Escola de Minas e o Pico Itacolomi. A direita o Museu da Inconfidência e a Igreja Nossa Senhora do Carmo.

Mirante da Casa dos Inconfidentes




 
Igreja de Santa Efigênia

Igreja São Francisco de Assis


Igreja São Francisco de Paula


Igreja das Mercês de Baixo



Pousada Vila Rica e Igreja Nossa Senhora da Conceição

Rua Direita e no alto o Monumento em homenagem a Tiradentes

Ouro Preto, uma cidade que todos os brasileiros devem conhecer. 
Quando chegamos na cidade parecia que tínhamos entrado num cenário do século XVIII, algo surreal.    
Foram quatro dias inteiros nessa cidade e já estávamos familiarizadas, até passávamos informações a outro turistas. Porém quatro dias, não foram suficientes para conhecer tudo...
A gastronomia mineira é espetacular, o famoso pão de queijo, o frango com quiabo, queijos, pastel de angu, cervejas e até o chocolate. 
Uma cidade que vive da arte, da cultura, patrimônio, gastronomia e apreciam uma boa música de artistas com talento de verdade, principalmente os que não estão na mídia, na "telinha". 
Caminhar pelas ladeiras exige muito das pernas e dos pés, principalmente em ruas com calçamento pé de moleque, porém vale a pena descobrir a graça em cada canto da cidade e tamanha a beleza do lugar. É como sonhar acordado. Viajar para Ouro Preto foi para mim um grande investimento de vida. Um dos melhores presentes que dei a mim mesma. Recomendo.


Continuando a viagem por Minas Gerais, para ver:  Mariana, Tiradentes, São João Del Rei e Bichinho - "um monte de trem" acesse:


http://rosmarischelle.blogspot.com.br/2016/11/mariana-tiradentes-sao-joao-del-rey-e.html

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